domingo, 2 de abril de 2017

Sobre o clássico: a tristeza que me invade

Chego à triste conclusão que não fora alguns jogos muito mal apitados, bem como a aposta falhada em baladas, castanhos, markovics e outros, poderíamos estar hoje lá em cima na luta.
O clássico de ontem não foi um bom jogo. Teve momentos de emoção e por vezes foi rasgadinho. Mas dava a impressão que estaríamos a assistir a um derbi entre bairros, tipo Sacavenense contra o Olivais e Moscavide, do que propriamente um jogo entre o primeiro e o segundo classificado do nosso campeonato. Nenhuma das equipas demonstrou ser claramente superior à outra, boa parte do jogo disputou-se longe das balizas e os treinadores mostraram mais medo de perder do que vontade de ganhar. NES incompreensivelmente deixou o seu melhor avançado no banco e RV deu a primeira parte toda ao adversário. Entre um ou outro bocejo, destaque para a jogada onde Casillas evita por duas vezes o golo do benfica ou quando o Ederson se lançou aos pés do Soares quando este se isolava. Um jogo morno, insosso, mas em linha com o que estas equipas foram produzindo ao longo da época.
Poderíamos estar hoje mais próximos ou até á frente da dupla porto/benfica mas não estamos. Verdade seja dita que esta época também não temos estado a mostrar o futebol engrenado e devastador da época passada, Mas o que temos mostrado não fica atrás do produzido pelos nossos rivais. Pelo contrário, ficamos mais convencidos que estaríamos lá, na luta, se outros factores não se tivessem manifestado nesta época.
Que factores são esses? Sobretudo dois. Um é externo e outro interno. O externo tem claramente que ver com as arbitragens prejudiciais de que fomos alvo. Assim de repente, lembro-me de pelo menos 10 pontos que nos foram retirados de forma suja: Guimarães (fora), benfica, Braga e Marítimo. Contra estas perdas não podemos fazer muito: chorar e gritar bem alto aos microfones, manobrar e influenciar nos bastidores. É um trabalho de sapa e demorado, pelo que os seus frutos não serão visíveis num curto espaço de tempo. O factor interno tem que ver com os erros de casting cometidos na presente época, dos quais culpo na mesma medida a equipa técnica e a direcção. A aposta nas tais vedetas em vez da nossa promissora miudagem não impediu que tivéssemos escandalosamente perdido pontos com o Tondela, Rio Ave ou Nacional. Só aqui conto 7 pontos que hoje nos poderiam garantir uma posição chave para conquistar o título desta época. Além de que com equipas mais fortes, estaríamos mais defendidos contra arbitragens maldosas, como ocorreu no ano passado em vários jogos.
Enfim, que o jogo de ontem tenha servido para os nossos homens do futebol fazer uma introspecção e um acto de contrição por tudo aquilo que poderíamos ter feito melhor e não fizemos, para que a próxima época nos corra bem melhor.
E se os astros tiverem alinhados, que os nossos rivais empatem mais 4 jogos até ao final...

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