terça-feira, 11 de abril de 2017

Al-Carnidão

Ontem, o humorista e sportinguista José de Pina inventou mais um termo que irá ficar no nosso ouvido durante os próximos tempos.
Depois de criar a denominação "Estado Lampiânico" para definir a estrutura encoberta e subversiva benfiquista, o humorista lançou um novo termo arabizado que, digo eu, assenta que nem uma luva à cartilha encarnada.
José de Pina é um sportinguista algo incompreendido pelos outros adeptos do nosso clube. Pouco dado à ribalta da TV, começou primeiro a destacar-se no Futebol de Perdição da Sporting TV, tornando-se conhecido assim que entrou para o Prolongamento na TVI24. Humorista acutilante, sarcástico, irónico, José de Pina tem em mim um seguidor fiel do seu humor. Como sportinguista, representa o que de bom a cultura do nosso clube tem: fair-play, elevação no debate, temperamento. 
Não lhe invejo a posição que toma todas as segundas-feiras, naquele programa onde participa um ser inenarrável que já jogou à bola no Damaiense. Pedro Guerra, além da aparência abjecta, tem tudo o que um demagogo mentiroso e manipulador precisa: dom de palavra, voz alta e um discurso onde consegue dizer e desdizer o que disse com a mais desenvergonhada tranquilidade. Perante a passividade do moderador, Guerra consegue ir manipulando os temas do programa, impondo a sua agenda de debate. Para debater com uma pessoa assim, teria de ser preciso alguém com outro tipo de temperamento. Bruno de Carvalho teve-o e humilhou-o quando foi ao Prolongamento em Outubro de 2015. José de Pina não tem esse temperamento, apesar de todas as qualidades que tem enquanto sportinguista, comentador de futebol e figura mediática. Assim de repente, a única personagem que via debater de igual para igual com Guerra era o Carlos Dolbeth, mas temo que nesse dia o programa acabasse em pancadaria. Talvez fosse melhor assim.
Após estas linhas, onde quis apenas enaltecer e homenagear esse grande espírito criativo e mártir da máquina lampiónica, José de Pina, volto ao tema que domina a actualidade desportiva: as cartilhas. Ou melhor, o Al-Carnidão.
Enquanto o amigo Octávio do Crime da Manhã tenta pegar num e-mail escrito por Bruno de Carvalho e dar-lhe a mesma gravidade que o Al-Carnidão merece, o Porto Canal promete lançar hoje novidades sobre a cartilha encarnada. 
Como ponto prévio, sinto alguma frustração por nós, durante toda a época passada, não termos conseguido divulgar oficialmente algo como o Porto Canal divulgou, apesar de todos sabermos que os briefrings existiam. Foi preciso o "Sistema" começar a ter de enfrentar o Estado Lampiânico para que a máquina portista se pusesse no terreno. E o que é certo é que eles descobriram esta coisa e se hoje revelam ao país que havia jornalistas também a receber o briefing, temos matéria suficiente para desmascarar o Estado Lampiânico. É certo que a denúncia do caso dos vouchers, na época passada, também foi um marco importante na nossa afirmação e do trabalho de bastidores que temos de fazer e fazemos. No entanto, é bom que a nossa estrutura ponha os olhos nisto e perceba que temos também nós de ir para o terreno, sujar as botas na lama, em busca de mais podres do futebol português.
Não concebo outra coisa para hoje que não a revelação de nomes de jornalistas que receberam o Al-Carnidão e o usaram para criar sound-bytes pró-benfica. E tenho a esperança que nas próximas semanas, talvez se venha a descobrir que outros actores receberam a cartilha. 
Veremos.  

1 comentário:

  1. Caro Billy, parabéns pelo post. Concordo inteiramente.
    Temo que tudo aquilo que sabemos até hoje sobre os tentáculos desse polvo gigantesco não seja mais que a ponta do icebergue.
    Aguardo essa revelação com alguma expetativa também.
    Saudações Leoninas

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