domingo, 28 de janeiro de 2018

História com VAR feliz

Certamente que todos nós já fomos ao cinema ver aquele filme romântico, onde no final o protagonista beija a protagonista e o filme acaba como todos felizes, espectadores e personagens.
Geralmente nesse tipo de filmes percebemos aos 5 minutos que no fim os protagonistas ficam juntos e darão o seu beijo da praxe. Mas se fosse assim tão fácil, ele chegar ao pé dela, arrebatar-lhe pela cintura e beijá-la ao fim de 10 minutos, a história acabava logo ali e não tinha piada nenhuma. Por isso é que os filmes românticos são sempre mais complicados. A protagonista já namora com um gajo que é um grande otário, depois conhece o protagonista através da melhor amiga, entretanto a protagonista apaixona-se pelo protagonista mas vê-o a beijar uma loira escaldante que afinal é uma prima afastada que veio à cidade de férias, há umas quantas correrias, uns desencontros, até que por fim o protagonista vai a correr pelo aeroporto fora e à porta do avião berra um "I love you" e beijam-se os dois ao som dos aplausos dos transeuntes que assistem à cena. E com isto passam-se duas horas no cinema, onde ficamos prendidos ao ecran à espera de um final que desde os 5 minutos sabíamos que só poderia ser aquele.
Com o Sporting passa-se também o mesmo. Ontem poderia ter chegado ao pé do Vitória de Setúbal e ter arrumado a questão em 30 minutos, bastando para isso ter posto a equipa que jogou na segunda parte e ter marcado uns 2 ou 3 golos para arrumar logo com a questão. O problema é que com isso acabávamos por mudar de canal aos 30 minutos e cagávamos para o raio da taça, porque nunca gostámos dela e naqueles primeiros 30 minutos não tínhamos feito mais do que a nossa obrigação de clube grande. Mas isso não é o Sporting. Não me lembro de ter ganho uma competição que fosse sem que houvesse uma ponta de dramatismo. Fosse o campeonato de 2002, a final da Taça do Tiuí, ou outras dezenas de troféus ganhos na "garra", tudo teve de ter sangue, suor e lágrimas para ser ganho. Para o bem ou para o mal, isto é o que eu chamo "ganhar à Sporting".
Começámos mal o jogo. O Setúbal entrou melhor e o Paciência filho revela já a mesma apetência que o Paciência pai tinha para nos marcar golos. Um pouco de sorte à mistura, pois podíamos ter sofrido o segundo golo, lá chegámos ao empate num lance que, como não poderia deixar de ser, teve tanto de decisivo como de épico. Um lance claríssimo, que tal como em 2009 iria passar em claro, não tivesse sido a perseverança de alguns defensores da verdade desportiva em implementar em Portugal uma coisa chamada VAR. E aquilo que há 4 anos era visto como uma "patetice" do gordo líder dos carneiros de Alvalade, eis que em 2018 serviu para que mais outra final não ficasse borrada da merda que outros teimam em fazer nos nossos jogos. Era a primeira lição do destino.
Depois vieram os penaltis. Novamente o destino a ensinar-nos que quem espera sempre alcança e de lá veio a sua segunda lição: o jogador do Vitória, que deveria ter sido expulso no lance do penalti, falha o único pontapé da sua equipa. 
E como mandam as regras da vida, não há duas sem três. E eis que a terceira e última lição do destino surge nas mãos de William Carvalho. Ele que sozinho carregou o fardo de falhar o penalti decisivo do europeu de juniores, que falhou ano passado um penalti decisivo na Madeira e que ainda na meia final também havia falhado, acabou por ser o herói improvável de um jogo onde desde o início sabíamos que iria acabar com a vitória do nosso lado.
Apesar desta competição não ter grande interesse para mim nem para a maioria dos sportinguistas, foi tanta a azia que esta vitória despertou em andrades e lampiões, que no final todos nós sentimos um gosto especial quando o nosso capitão Rui Patrício, que num gesto do seu já típico altruísmo, chamou William Carvalho para levantarem uma taça que já devia ser nossa há nove anos.  

3 comentários:

  1. Gosto do artigo, este jogo provou que o VAR é necessário e só ganhamos porvia disso.podemos e devemos criticar a equipa, não para deitar abaixo como diz BdC mas para espicaçar os jogadores e principalmente o treinador porque os ultimos jogos, meu Deus foi sofrer demais e como foi referido no artigo deveriamos ter morto o jogo na 1 parte não fossem as teimosias do JJ e com o 2 golo que só por milagre não aconteceu ficariamos arrumados

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    1. Olhe que também foi a "teimosia" do Jorge Jesus que manteve o Coates e o William a marcar os penalties. Se calhar quem tem a responsabilidade de ser treinador deve saber alguma coisa, não?

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  2. eheh Tão verdade. Ganhar à Sporting tem mesmo outro sabor. :) SL

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