terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

A Canalha

CA-NA-LHA
Substantivo feminino
1. Bando de pessoas consideradas desprezíveis ou de mau carácter
2. Conjunto de crianças pequenas
Substantivo masculino:
1. Patife

"Canalha" in dicionário Priberan da Língua Portuguesa em linha, consultado a 28-02-2017.


"Quem criticou não é adepto do Sporting, é adepto de um novo clube que é o Sporting Clube de Carvalho". Foi desta maneira seca e rude que o candidato, ou quem gere a sua página oficial, argumentou contra quem critica a sua escolha para treinador do Sporting. O que para muitos é uma surpresa, para mim é apenas uma confirmação. Experimentem ir ao Camarote Leonino debater contra a opinião dos seus editores. Serão brindados com mimos do género: "soldadinhos da falange", "brunistas", "avençados", etc. Esta frase é só PMR a ser CityLion, apenas isso.
Actualmente a oposição a Bruno de Carvalho resume-se a isto: uma canalha mal-educada, mimada, que na falta de melhores argumentos recorre ao insulto, à maledicência e à mentira descarada.
As canalhices desta chusma de ressabiados vem desde os primeiros tempos de Bruno de Carvalho. A sua face visível era a invisibilidade de alguns blogs. Desde a distorção intelectual que promovem diariamente, passando pelos ataques pessoais aos elementos da actual direcção do Sporting, até ao uso exaustivo de "Azevedo de Carvalho", estes blogs tem feito de tudo para atacar e descredibilizar o nosso clube. Juntemos-lhe os cartazes anónimos da 2.ª circular, a gravação anónima do Ricciardi... é muito anonimato para tão pouca assumpção. 
Ao assumir-se como candidato a presidente do clube, Pedro Madeira Rodrigues deveria ter dito logo ao que vinha, apresentado o seu jogo. Da mesma forma que o General Sem Medo disse sem hesitar que "Obviamente demitia" Salazar, também o nosso candidato deveria ser homenzinho o suficiente para admitir que sim, era ele que escrevia os artigos assinados pelo CityLion; Sim, sempre detestou e desprezou Jorge Jesus e que iria correr com ele no primeiro dia; Sim, a indemnização jamais seria paga pelo Sporting porque ele iria recorrer para os tribunais ou imputaria a dívida a BdC; Dizer logo que pretende reatar relações com os nossos rivais, com os fundos, com quem cortámos relações nestes últimos anos. Assume-te, sai do armário, porra!
Ao invés, o candidato preferiu empregar um discurso enviesado, retorcido, com jogos de palavras. Admitiu ter colaborado em alguns blogs, mas não confirma ser o CityLion; não diz como vai fazer para pagar a indemnização a JJ, recorrendo a subterfúgios; a sua contribuição para o pavilhão é outra história rocambolesca; a telenovela do anúncio do treinador fortíssimo, a utilização de uma gravação anónima, sem data, como arma eleitoral. Tudo é obscuro, confuso e incoerente. Nada é claro, inequívoco, assumido.
A forma patética como foge das questões embaraçosas, menorizando a inteligência do público, demonstra o tique sobranceiro da sua personalidade. A contra argumentação com um adepto sportinguista antes do jogo no Estoril, em frente às câmaras, ou a refutação das críticas ao treinador fortíssimo é de alguém que pensa, genuinamente, que só os parvos estão contra ele. É a reacção de um menino mimado, a quem não reconhecem ser o maior lá da escola. Para quem com ele estão os verdadeiros sportinguistas e contra ele os parvos, os "brunistas", os "coreanos", a turba.
Canalha mimada, mal-educada, com tiques de sobranceria e arrogante. Eis a oposição no Sporting.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

A lampionização do Sporting

Uma das narrativas que mais tem passado nos blogs anti-Bruno, quiçá delineada nalgum escritório de marketing e publicidade, é que nestes últimos 4 anos temos assistido à lampionização do Sporting.
A narrativa gira em torno de uma das nossas principais fobias de um Sportinguista, a de sermos associados à lampionagem. Passa por nos fazer acreditar que o Sporting, até então um clube de gente séria, moralmente superior, eticamente inatacável, tem vindo a ser transformado num clube de gente boçal, labrega, seguidista, sem espírito crítico para com a hidra diabólica que nos dirige.
Que o Sporting é um clube diferente no panorama desportivo nacional, não há grande margem para dúvidas: somos  um clube ecléctico, que privilegia o mérito desportivo, que se recusa a entrar em lutas de bastidores pelo controlo imoral do desporto, que não aparece associado a escândalos de corrupção (antes pelo contrário, até os denuncia), onde cada adepto e associado não é estigmatizado pela origem social, económica ou étnica de onde provém. 
Por vezes, a nossa cultura diferente faz com que nos tornemos bonzinhos, como aquela malta que faz falta ao desporto nacional porque dá jeito uns chavões éticos nisto tudo, mas que não conta para nada porque se deixam comer. Também tivemos ovelhas tresmalhadas no nosso seio, como aquele ex-inspector da PJ que tentou entalar o Cardinal mas acabou entalado. Ou episódios tristes, como aquelas eleições de 2011, onde desapareceram urnas que apareceram depois e tudo acabou como sabem.
Desde 2013 até ao dia de hoje, que eu me tenha apercebido, não violámos os princípios éticos e morais que nos diferenciam: mantemos o ecletismo, continuamos a privilegiar o mérito desportivo, lideramos na luta pela transparência do fenómeno desportivo em geral, desde as arbitragens aos fundos de investimento, recebemos todos os sportinguistas de braços abertos. Isto tudo sem sermos bonzinhos, sem termos ovelhas tresmalhadas e sem episódios tristes. Por isso pergunto eu: onde está a lampionização do Sporting?
A lampionização do Sporting, segundo PMR e seus amigos, está nas voltas olímpicas do seu presidente, como se festejar uma vitória do nosso clube com os nossos jogadores para os nossos adeptos fosse reprovável. Está no estilo populista do presidente, como se o enaltecimento das qualidades do nosso clube, o apregoar do apoio incondicional ao clube, a defesa cerrada do clube face a ataques externos, fosse algo apenas ao alcance de lampiões. O vibrar com as vitórias da equipa, com os golos marcados, as exibições, o orgulho de vestir a verde-e-branca na rua, é isso a lampionização do Sporting?
Não meu caro CityLion. Por muito que lhe custe, a lampionização do Sporting não é isso. Lampionização é quando não olhamos a meios para atingir os fins, nem que isso signifique amplificar a mais miserável, vil e mentirosa  propaganda lampiónica anti-Sporting. É quando atacamos o carácter do nosso oponente e vamos buscar o seu passado, porque não temos mais argumentos sérios. É quando inventamos histórias e retorcemos a realidade, por vezes escondidos no anonimato de um blogger ou num cartaz de rua, porque tal serve os nossos intentos ganhadores. É dizer na rua que "sovamos" o adversário. É quando argumentamos que os Sportinguistas tem maior poder financeiro que os outros, como se ser Sportinguista fosse apanágio económico ou social.  
E o que leva um sportinguista como Pedro Madeira Rodrigues, a juntar-se a outros sportinguistas, utilizando meios ignóbeis, baixos, mesquinhos, mentirosos, arrogantes, para conseguirem conquistar a presidência do clube? Senhoras e senhores, eis a Lampionização do Sporting.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

O Debate


Ontem finalmente vimos a confrontação dos candidatos a presidente do Sporting. Entre surpresas ou confirmações, eis o que achei do debate:

Postura dos candidatos:
Uma das surpresas da noite. Quem esperava um Bruno esmagador, politicamente incorrecto, provocador e agressivo, certamente ficou estupefacto com a postura moderada do actual presidente. Ele raramente respondeu às provocações, mesmo as rasteiras, soube manter o foco no bom que fez desde 2013, manteve o trato cordial do debate e não enveredou pela provocação.
Pedro Madeira Rodrigues entrou no debate motivadíssimo. Sempre a atacar, procurou ser acutilante nas críticas a BdC. Da mesma forma que o presidente procurou focar os sucessos do seu mandato, PMR focou os aspectos negativos, como por exemplo a venda de Montero. A postura de PMR, claramente o mais "desesperado" para ganhar o debate de hoje, levou a que por alguns momentos despertasse o CityLion que há dentro dele, como quando aludiu à vida profissional de BdC antes de 2013 ou ao seu carácter enquanto lida com o plantel profissional ou os colaboradores do Sporting.

O que disse Pedro Madeira Rodrigues:
Tal como nos debates políticos, também não foi aqui que se discutiram os conteúdos programáticos das candidaturas. Pedro Madeira Rodrigues usou e abusou do futebol, que como o próprio referiu, era o seu grande trunfo para o debate. Enalteceu as suas escolhas para a estrutura do futebol, mas não conseguiu camuflar que a escolha de Boloni foi algo apressada. Também não convenceu quando afirmou não pretender desestabilizar o balneário  com o anúncio do treinador. A forma como depreciou a formação e as modalidades, além de injusta, demonstrou algum distanciamento seu. Principalmente no que às modalidades diz respeito.
Sobre a área financeira do clube, onde PMR estaria até mais à vontade do que o seu oponente, pareceu-me pouco preparado. Insistiu que a Academia era do BCP, sem o provar. Insinuou que as contas do clube, nomeadamente o rácio custos operacionais/receitas, estariam "martelados". Não explicou porque considerou as VMOCs passivo do clube. Considerou que o Sporting, com ele, faria um melhor negócio com a NOS, porque os sportinguistas tem um nível financeiro superior ao dos seus rivais(!!!!). Por fim, bateu na tecla de que o clube está hoje como estava em 2013, quando Godinho Lopes saiu. O que é absurdo. 

Bruno de Carvalho:
Menos efusivo do que o seu oponente, BdC optou por uma postura "Medina Carreira": exibiu um conjunto de gráficos para os telespectadores perceberem a evolução positiva das constas do clube nestes 4 anos. Foi suficientemente convincente, até porque PMR enveredou por lançar suspeitas sobre as credibilidades dos números apresentados. Sabendo-se o escrutínio a que as nossas contas tem sido sujeitos nestes últimos anos, pareceram-me descabidas as dúvidas do seu adversário.
Sobre o futebol, BdC não apresentou surpresas: ele será o homem forte do futebol profissional e da formação. Aqui PMR, como seria esperado, pegou nos aspectos de gestão criticáveis, como as várias contratações falhadas ou a venda de Montero. BdC terá tido aqui a sua pior prestação no debate: não fez a contrição pelas escolhas falhadas, preferindo destacar que no deve/haver de compras e vendas, estes últimos 4 anos foram positivos. Depois apresentou uma descabida estatística de taças e campeonatos ganhos. 
Defendeu bem a política do clube no que à formação e modalidades diz respeito, contrastando com a ligeireza com que PMR tratou destes temas. BdC teve ainda tempo para dar uma bicada no adversário sobre a questão do milhão e meio para o fosso, cadeiras e LEDs, sem que este tivesse capacidade para retorquir.

Resultado final:
Este debate assemelhava-se àqueles jogos de futebol já em fim de campeonato, onde o 2.º classificado vai a casa do líder tentar encurtar a sua desvantagem. O 2.º classificado, como sendo o que tem mais a ganhar, assume o jogo, a posse de bola e tenta carregar sobre o adversário. O líder, escudado por jogar em casa, consciente da sua vantagem e do seu valor, deixa o adversário jogar, cansar-se, procura explorar-lhe as fraquezas mas não arreda na defesa. O segundo bem que tenta, mas não conseguindo facturar tenta no final desestabilizar o adversário com sarrafadas na grande área e jogo agressivo. O líder, consciente que se cair no jogo do oponente pode enfraquecer a sua posição no jogo, prefere não responder e até fazer um pouco de anti-jogo. Sem golos, a partida chega ao fim empatada, com sabor a vitória para o líder e com sabor a derrota para o desafiante.
Foi assim que vi o debate de ontem. Um empate com consequências diferentes para os candidatos. Os apoiantes de BdC dirão que se limitou a focar o que de bom se fez sem sair beliscado, enquanto os adeptos de PMR falarão da maior presença em jogo do seu candidato mas sem tirar grande proveito disso.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Habemus director para o futebol

O dia de hoje chegou cheio de novidades. Não estava à espera que o candidato Pedro Madeira Rodrigues ainda conseguisse apresentar os nomes dos seus homens pró futebol a tempo do debate de logo. Seria uma falha grave desta candidatura chegar ao debate sem um único nome, pelo que este anúncio obrigará BdC a rever a estratégia para logo. Uma coisa seria atacar um saco de vento, outra é atacar o nome de Boloni ou Delfim...
Já havia dito num post anterior que a actual estrutura de futebol estava demasiado concentrada nas figuras do presidente e do treinador. O director desportivo tem mais a função de assessor do treinador e/ou do presidente do que de dirigir o futebol. Também é da minha opinião que uma das falhas da actual estrutura é mesmo a falta efectiva de alguém que cumpra essas funções: coordenação de todo o futebol profissional, as contratações, necessidades do plantel, ponte entre o treinador e a direcção, etc. A falta de um verdadeiro director desportivo pode ser uma das explicações do fracasso desta época.
Aguardava por isso, com bastante curiosidade, para saber qual era a cartada que PMR iria jogar aqui, precisamente numa das áreas onde BdC não conseguiu convencer. Do que se sabe hoje, pois o treinador para 2017/18 não será conhecido antes da próxima semana, retenho o seguinte:
- Estrutura para o futebol
PMR decidiu aqui inovar. Não que o modelo proposto já não tivesse sido posto em prática no Sporting, mas sim porque escapou um pouco aquilo que o candidato ia anunciando. O director desportivo assumirá quer o planeamento e supervisão do plantel principal, quer a sua coordenação com a formação, tornando-se numa espécie de "homem forte" para o futebol. Para o apoio directo à equipa principal de futebol haverá um Team Menager, que fará trabalho de sapa no balneário em conjunto com o treinador, um pouco o que Octávio tem feito nestas duas épocas. PMR juntou mais um terceiro cargo, o do gestor de activos, para assumir a pasta das contratações, renovações e vendas. Aqui a minha dúvida é se o cargo terá apenas a vertente jurídica associada, ou terá também a parte técnica, como a prospecção de mercado.
- Nomes associados
Dos nomes apresentados por PMR, o de Boloni é o que causa mais sensação. Foi o último treinador campeão pelo Sporting, tem uma personalidade moderada, pouco exuberante mas desportivamente muito correcta. Basicamente, é uma antítese de JJ. Ficou-me na retina a forma como soube tirar partido da dupla Jardel/João Pinto, mas também como não soube ultrapassar a falta do avançado na época seguinte. Após ter saído do Sporting em 2003, não me lembro de mais nenhum sucesso relevante que tenha tido. É uma figura que creio ser consensual no universo sportinguista, sendo por isso o trunfo de PMR. A grande dúvida que reside é se o ex-treinador tem capacidade para ser director desportivo do Sporting, pois não me lembro que tenha estado alguma vez nesse cargo. O facto de, segundo Boloni, o convite ter sido efectuado ontem, dá a sensação de que esta não seria das primeiras opções do candidato, o que poderá questionar a empatia que existirá entre ambos. 
O segundo nome, Delfim, também acredito que recolha simpatias no nosso universo. Foi campeão em 2000, lesionou-se com gravidade, mas manteve sempre uma atitude profissional louvável. Também aqui a minha dúvida é se a pessoa em si é a indicada para encarnar aquilo que PMR quer do Team Menager. Da forma como definiu o cargo, de alguém que transmita ao balneário o que é sentir a nossa camisola, eu lembrei-me de nomes como Manuel Fernandes, Oceano ou Sá Pinto. Haveria outros, menos carismáticos mas bem conhecidos pelo seu sportinguismo, como Carlos Xavier, Beto ou Vidigal. Mas a Delfim, neste momento, não lhe reconheço capacidade para transmitir a nossa mística para o balneário.
Por fim Ricardo Pina Cabral, que para mim é um ilustre desconhecido. Por enquanto prefiro saber mais sobre o conteúdo funcional do cargo de Gestor de Activos. 

Estrutura definida, nomes apresentados, a candidatura de PMR lançou ontem a sua grande cartada, a que se juntará na próxima semana o nome do treinador para 2017/18. O desenho da estrutura em si é ambicioso. Os nomes são interessantes, pecando por parecerem inexperientes ou sem preparação para os cargos. Veremos se PMR conseguirá dissipar estas dúvidas sobre a sua estrutura. E se BdC responderá à altura.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Nunca mais chega o debate!

Um pouco por toda a blogosfera sportinguista, começaram já a discorrer sobre o conteúdo programático da candidatura de Pedro Madeira Rodrigues, bem como do que vai apresentando durante a campanha eleitoral. E salvo alguns excepções de camarote, nota-se a decepção pela forma oca como a campanha de PMR tem decorrido
Na próxima quinta-feira teremos o que eu considero a prova de fogo do candidato PMR, provavelmente a única. Irá enfrentar o actual presidente, que pelo que se viu noutros debates, irá estar num plano onde se sente bem (lembro-me do debate de 2011 contra os outros candidatos, mas também me lembro da forma como meteu Pedro Guerra no bolso em 2015). Salvo algum factor extraordinário, não acredito que PMR leve a melhor, pois ao contrário de BdC, já se percebeu que não reage bem a situações de aperto.
Esperava-se que a candidatura de PMR pusesse em apuros ou apertos BdC, mas tem-se visto precisamente o contrário. Apesar da boa comunicação social do candidato CityLion (ontem lá estavam eles no Aeroporto à sua espera), tem-se notado um certo embaraço em explicar os últimos desenvolvimentos da sua campanha:
1) Continua a faltar o nome do seu treinador e director desportivo, apesar dos constantes soundbytes que a sua "imprensa amiga" vai mandando;
2) A história do fosso, das cadeiras e dos LEDs por 1,5M€ não convenceu;
3) A ida às Arábias, depois de ter criticado os investidores russos de BdC em 2011. Neste caso, não só não soube explicar o que dali resultou (falaram do naming do estádio), como já chutou novos desenvolvimentos para depois das eleições, quando ganhar...
Por enquanto a táctica do rumor tem sido a única utilizada pela candidatura para passar ideias. Vão surgindo alguns nomes na imprensa amiga, como Pedro Barbosa para director técnico ou Rui Jorge para treinador. Apesar de não serem confirmados, esta táctica vai atingindo o seu objectivo de se ir falando do candidato nos cafés, de por os sportinguistas a discutir se o Rui Jorge vai apostar mais na formação que JJ ou se Pedro Barbosa não faria melhor que o Octávio. É aquela velha máxima, de que não importa se se fala bem ou não, desde que se fale. Quiçá uma ideia dos amigos publicitários de PMR.
Talvez avisado que o o anti-brunismo não seria a melhor táctica a seguir, PMR largou por momentos essa sua faceta, deixando-a para os seus inefáveis amigos. Basta ir ao Camarote Leonino para se perceber qual é a nova telenovela inventada pelos amigos do CityLion: o número de sócios do Sporting. Como em tantos outros assuntos, a táctica é igual: falar no tema, insultar quem contrapõe, continuar a falar, dá-lo como certo e com isso beliscar a presidência de BdC. 
A 22 de Fevereiro de 2017 é esta a oposição da actual direcção do Sporting Clube de Portugal: um vazio de ideias, uma tremenda vontade de apanhar o bocado, pois ele agora já tem "chicha", anti-brunismo primário, como insultar e denegrir o presidente e os seus apoiantes, menorizar as conquistas feitas desde 2013. E é este anti-brunismo primário que me assusta, pois temo que muito em breve (ou terá já começado) descambe em anti-sportinguismo descarado, como aquele que vem do outro lado da 2.ª circular.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Futebol e Atletismo

O último fim de semana futebolístico resultou na consolidação do nosso terceiro lugar. Após a nossa vitória de sábado sabíamos que algo de positivo obteríamos do jogo de Braga: ou ganhávamos pontos ao líder ou ficávamos cada vez mais terceiros. 
Do nosso jogo, além do resultado final e da incrível performance do Rui "400" Patrício, nada mais houve de interessante. Não esmagámos o adversário como eu pretendia. Mas não deixa de ser reconfortante a forma cínica como ganhamos o jogo a uma das nossas bestas negras. Esperava um final de época com um futebol mais solto, mais alegre. Pelo contrário, constato que as exibições continuam baças, a equipa parece que joga sobre brasas, sem paixão.
Com a vitória do benfica sobre o Braga, fica cada vez mais improvável uma possível remontada da nossa parte na tabela classificativa. De resto, o jogo de ontem correu como se previa: um jogo de amigos, sem grandes oportunidades, onde o vencedor marcou no segundo remate à baliza que fez em 80 minutos, perante um adversário que vendo-se a perder desistiu de procurar o empate. No final, beijinhos e abraços em campo.
Fora da esfera futebolística, registo com grande prazer a dupla vitória do Sporting nos nacionais de pista coberta de atletismo. Sendo esta modalidade um dos ícones do nosso clube, e após alguns anos afastados (a parte masculina) das vitórias nacionais, é de realçar o regresso do campeão. 
Duas notas finais ainda sobre a nossa vitória no atletismo: 1) O director técnico do Atletismo do Sporting, Carlos Silva, dedicou a vitória, à direcção presidida por Bruno de Carvalho, pelas condições que foram criadas no apoio à modalidade. Espero que não seja despedido por PMR caso este ganhe, por estar a falar bem do actual presidente. 2) A coordenadora do departamento de atletismo do benfica recusou-se a dar os parabéns ao Sporting, pela sua justa vitória. Vejam as reacções que esta decisão gerou e comparem-nas com o que aconteceu quando JJ não fez o mesmo no final da época passada...

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Alien vs. Predator

Desde ontem à noite que o filme "Alien Vs. Predator" me tem vindo à memória.
Não que tivesse sido um grande filme, daqueles que fica na retina. Nada disso. Fui vê-lo ao cinema e não achei grande graça à peça em si. Se bem me lembro, a história desenrolava-se na Antárctida, onde um grupo de exploradores deu de caras com as duas personagens de ficção. Basicamente, durante o filme assistiu-se à luta do Alien contra o Predator, enquanto os homens faziam por fugir de perto dos assassinos.
Trago este filme à colação depois de ler a onda de indignação encarnada com a arbitragem de ontem no Porto-Tondela. O protagonista foi o árbitro Luís Ferreira, que todos nos recordamos pela forma habilidosa como nos retirou dois pontos na época passada, precisamente também no jogo contra o Tondela. O jogo do porto ficou marcado por duas más decisões do árbitro, primeiro assinalando um penalti inexistente a favor do porto, depois expulsando um jogador do Tondela quando é este que sofre a falta. Quer o penalti, quer a expulsão, facilitaram a vida ao porto, num jogo que até então estava complicado.
A arbitragem de ontem do porto, a que se juntam outras tantas nas últimas jornadas, está ao nível do que aconteceu com o benfica na época passada. Equipas medianas, treinadas por treinadores pouco carismáticos, que tem vindo a ser empurradas em jogos-chave do campeonato. Sem esses empurrões, essas equipas andavam pelo 3.º ou 4.º lugar. Ano passado vi esses empurrões em Guimarães, Paços de Ferreira e muitas vezes em São Domingos de Benfica. Este ano anda ali mais por Contumil.
A luta do Sistema contra o Estado Lampiãnico irá atingir o seu auge nos próximos tempos. Prevejo uma tremenda luta dentro dos bastidores, fora das quatro linhas, nas redacções jornalísticas, no WC do Hugo Gil. No filme que vos falei, os humanos iam fazendo pela vida para não serem mortos pelos invasores extraterrestres. Na luta entre Sistema e EL, também nós, sportinguistas, temos de estar atentos para não nos transformarmos num dano colateral. Nem de propósito que esta luta começa em plena campanha eleitoral do Sporting. Será mais uma oportunidade para percebermos com quem podemos verdadeiramente contar nos próximos anos.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Sondagens e Rio Ave

1) Momento eleitoral
A campanha eleitoral vai-se arrastando ao longo dos dias, sem nenhuma grande novidade. A notícia de hoje diz respeito à sondagem encomendada pelo Correio da Manhã, onde de 601 inquiridos, 39,7% acreditam na vitória de Pedro Madeira Rodrigues, contra 28,6% que acreditam em Bruno de Carvalho. Curiosamente 31,7% não tem opinião. Apesar deste resultado ter tido destaque (porque será?), noto que entre os sportinguistas, a maioria prefere BdC (40,2% contra 36% de PMR). Apesar da desvantagem, 4% de diferença não deixa de ser animador para PMR. Mas...
Estamos a falar de uma entrevista a 601 adeptos, dos quais X serão sportinguistas. E destes X sportinguistas, Y estarão em condição de votar no próximo acto eleitoral. A acreditar que temos quase 1/3 de portugueses sportinguistas, e destes só 5% é que serão sócios, então só uns 15 entrevistados é que seriam sócios do Sporting. E destes 15, ou Y, qual o peso de cada voto? É fácil verificar que sondagens deste género são tão certeiras como um tiro no escuro. Basta que nos lembremos das sondagens efectuadas no nosso último acto eleitoral para perceberem o que digo. De resto, estes tempos não são muito favoráveis a sondagens, conforme se viu nos Estados Unidos ou no Brexit.
É evidente, até pelo destaque dado, que esta notícia tem o particular objectivo de "morder" BdC. O que provavelmente este tipo de sondagens irá criar é uma vaga de sócios pró-Bruno que irão às urnas votar "pelo sim, pelo não", e não ficar em casa a contar com a vitória fácil.
Outra notícia que hoje fez algum furor foi o nome de Rui Jorge como potencial treinador do Sporting, em caso de vitória de PMR. À semelhança de Bielsa, primeiro surgem os rumores na imprensa, para depois vir a confirmação ou não por parte do candidato. PMR negou o interesse no argentino, pelo que aguardo a sua reacção ao nome do português. Não deixa de ser curioso que à falta de nomes oficiais, surjam estas notícias com o claro objectivo de impelir a candidatura de PMR, criando sound-bytes no universo sportinguista. Aguardemos serenamente o que PMR tem a dizer sobre Rui Jorge, mas ressalvo já que, a ser verdade, é um nome muito interessante para treinar a tal equipa do Sporting, apostada na sua formação.
Já agora, relacionado com a formação, PMR afirmou que com ele à frente do Sporting, a equipa B nunca desceria de divisão. Fiquei mais aliviado!!!

2) Amanhã é #DiaDeSporting
Joga-se amanhã mais uma importante partida da nossa pré-pré-época de 2017/18. Esta terá o tónico extra de ser em casa, contra uma das nossas bestas negras do campeonato. Foi em Vila do Conde que começou o nosso descalabro 2016/2017. Ano passado, o empate em casa com os vila-condenses teve implicações directas na nossa luta pelo título. O Rio Ave é daquelas equipas que se esfarrapam todas contra nós, pelo que espero um verdadeiro espírito leonino amanhã em campo, com vontade de trucidar o adversário. Gostaria mesmo que amanhã ganhássemos por uns 5-0.
Outro tónico para o nosso jogo é o facto de dois adversários nosso jogarem entre sim no Domingo. Em caso de vencermos o Rio Ave, ganharemos de certeza pontos a um deles. Ou nos aproximamos da frente, ou ganhamos vantagem sobre o quarto. São motivos mais que suficientes para a nossa equipa entrar amanhã em campo com toda a vontade do mundo em vencer a partida. 

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

O que move os amigos do CityLion contra BdC?

Há dias o Mister do Café apresentou uma pesquisa interessante sobre os compagnon de route de Pedro Madeira Rodrigues neste seu assalto à presidência do Sporting.
Esse artigo tocou nalguns temas que já conhecia, como o envolvimento de PMR na blogosfera anti-BdC. A grande novidade no trabalho engendrado pelo Míster do Café, pelo menos para mim, é o grande envolvimento de agências de marketing e comunicação na campanha de PMR e também na campanha anti-BdC que tem vindo a ser feita desde 2013.
Seja a "Gravity" ou a "Partners", não deixa de ser chocante o envolvimento dos seus sócios em vários episódios infelizes para o Sporting, como os cartazes da 2.ª circular, a publicidade da RTP aos jogos de futebol ou a criação de "factos alternativos" do nosso clube que foram veiculados pelas vozes do estado lampiânico. É quase caso para dizer, com sportinguistas destes, mais valia andarmos com lampiões ou andrades.
Outro aspecto importante a retirar do post do Mister, e que também me passou completamente ao lado, diz respeito ao facto de que esta ligação tão estreita entre agências de marketing e candidatos a presidente do Sporting não ser novidade. A maior parte dos nomes da "Partners" que hoje apoiam PMR, em 2011 apoiaram Pedro Baltazar. Posso por isso concluir que tudo isto faz parte de uma estratégia que tem vindo a ser concertada desde 2011, com o claro fim de dominar a direcção do nosso clube.
Nestes últimos 4 anos, a política comunicacional de BdC foi desastrosa. Já falei em posts anteriores sobre o que acho disso e como a imagem do clube foi prejudicada. O que agora para mim é novidade é que os nossos adversários - o estado lampiânico - alimentam-se de produtos fabricados por esta gente. Uma coisa é a lampionagem difundir pela net os posts anti-brunistas do Camarote Leonino. Mas o que estas agências de marketing estão a fazer é de outra dimensão. Participam activamente no denegrir da imagem do clube, seja em outdoors, seja em publicidade "isenta" na RTP. Se calhar também participaram na célebre publicidade da Sagres contra o Sporting.  Com isto procuram atingir directamente a confiança dos sportinguistas no seu clube. E isto é muito grave.
No final do artigo coloquei uma pergunta ao Mister, que basicamente questionava o que movia esta gente contra a actual direcção do Sporting. Esta campanha de ódio parece desproporcionada, a não ser que haja muito ganho em contrapartida. O Mister respondeu-me que ganham a notoriedade de trabalhar com a marca "Sporting". A mim parece-me pouco. E pergunto-me se isto não será apenas a ponta do iceberg, se debaixo das águas turvas não estará outro plano mais poderoso para tomar de assalto o nosso clube, ao serviço de outros... interesses.... 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Estará a esgotar-se a irreverência brunista?


Bruno de Carvalho deverá ganhar o próximo acto eleitoral do Sporting, não tenho dúvidas disso. Só não arrisco dizer que será uma vitória folgada porque, como é sabido, os votos não são por cabeça. O eleitorado de BdC situa-se mais nos jovens, sócios com menos anos de associado, logo com direito a menos votos. PMR poderá tentar apelar aos sócios mais antigos que votem nele, em contraponto com a irreverência brunista. E será a penetração de PMR nesse sector de sócios que ditará a margem apertada ou folgada da vitória da lista B. Até porque a "irreverência" também já não é o que era.
Bruno de Carvalho apresentou um plano de ruptura em 2011 e repetiu-o em 2013. Quem votava na sua lista fazia-o por estar farto da linha directiva seguida desde 1995. Urgia sacudir as mentalidades, agitar as águas, implodir o status quo. De certa forma os 4 anos de BdC à frente do Sporting corresponderam ao prometido: o clube voltou a ganhar ímpeto, os sócios e os adeptos voltam aos estádios e pavilhões, o Sporting voltou à posição de referência no desporto nacional. É certo que ainda faltam os títulos de campeão no futebol e nas modalidades, como o andebol. Contudo o caminho foi desbravado e hoje estaremos mais perto desses feitos do que em 2013.
Hoje BdC já não é um outsider no Sporting. Os sportinguistas dos vários quadrantes económico-sociais reconhecem no nosso actual presidente capacidade para gerir o clube e elevá-lo aos mais altos patamares do nosso desporto. Perante esta constatação, seria complicado, praticamente impossível, que BdC se furtasse aos apoios desses sportinguistas, mesmo que em tempos estes fizessem parte do que ele quis cortar no Sporting. Isto acontece simplesmente porque o Sporting - e, claro, BdC - precisam de ter do seu lado as "elites" da nossa sociedade. Precisamos de ter banqueiros, jornalistas, médicos, políticos, ex-dirigentes, ex-desportistas, advogados, etc. do nosso lado. Se queremos cerrar filas contra a podridão que grassa no futebol e outras modalidades, temos de contar com todos que queiram ajudar. E é este interesse mútuo que norteia a Lista B e a sua composição.
Confesso também que tenho curiosidade em saber no que resultará a moderação (ou a sua tentativa) nos destinos do Sporting. Em que medida se reflectirá a aproximação de BdC a Ricciardi? Voltará o banqueiro a ter o mesmo domínio sobre o clube que já teve no passado? Como ficará a posição de Álvaro Sobrinho dentro da SAD? Reforçada? E a posição do clube na SAD?
Não sejamos inocentes. No mundo do futebol profissional temos de nos juntar a quem tem capacidade para o financiar e alimentar. Não podemos pensar que conseguimos competir em Portugal e na Europa sem o apoio de financiadores e de agentes desportivos. A grande luta não passa por fazer dos clubes auto-suficientes, mas sim aumentar a transparência dos seus actos. Saber que comissões são pagas, que património é alienado, a capacidade de quem negoceia, etc. 
Será a capacidade de Bruno de Carvalho saber ter junto de si quem quer investir no clube, ao mesmo tempo que não deixa cair essa "irreverência" de querer defender o superior interesse do Sporting, que ditará boa parte do seu sucesso à frente da próxima direcção. 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Será este o filme da época?

O jogo de ontem bem que podia ser o filme de uma época.
Entrada da equipa completamente displicente. Jogar devagar, devagarinho. Primeiro golo sofrido é um misto de falta de jeito e aselhice. O segundo golo nasce de um penalti ridiculamente concedido. Correr atrás do prejuízo duas vezes. No final a vitória foi alcançada, mostrando - finalmente!!! - que também conseguimos dar reviravoltas no marcador. Jogadores chave com Brian Ruiz e Rui Patrício em clara má forma. Alan Ruiz em crescendo.
Na segunda parte a equipa assumiu o jogo, correndo contra o prejuízo. A entrada de Podence agitou as águas, prometendo ser uma das surpresas deste Sporting de final de época. Palhinha entrou só para queimar tempo, mas a sua utilização é mais outro sinal de que JJ conta com ele. Aguardo serenamente a aposta em Esgaio como defesa esquerdo para o resto da época. 
Seria bom chegarmos a Maio e olharmos para este jogo como o filme da época: uma época aos repelões, chocha, mas no final sairíamos por cima. Por enquanto parece que ganhamos margem sobre o quarto classificado, o que já de si é positivo. Os nossos próximos jogos são relativamente fáceis, pelo que temos de os vencer, para depois então esperarmos por escorregadelas da dupla da frente. 
Espero e desejo que nos próximos jogos veja a nossa equipa jogar um futebol mais solto, alegre e concretizador. E, quem sabe, talvez assim ainda possamos sonhar...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

CityLion, és tu?

Na senda do meu anterior post, continuo a constatar que um dos grandes méritos da candidatura de Pedro Madeira Rodrigues foi a conquista de cobertura diária que a comunicação social lhe dispensa. O candidato tem boa imprensa, é um facto, e tem sabido explorar essa vantagem para se mostrar. Graças ao próximo acto eleitoral do Sporting, PMR passou de mero desconhecido, um sócio entre tantos, para um dos rostos mais visíveis da oposição ao actual presidente. Sendo que me parece provável, a estes dias de distância, que a vitória sorrirá facilmente a BdC, PMR poderá já perspectivar um futuro como comentador do quotidiano sportinguista, como já acontece com Carlos Xavier ou Abrantes Mendes, figuras a quem a comunicação social recorre quando quer meter mais carvão nos nossos assuntos. Se até a personagem inócua de Paulo Farinha Alves conseguiu tempo de antena na SIC Notícias, imaginemos o que não conseguirá PMR, sabendo nós como a CS gosta de beliscar BdC.
Infelizmente o conteúdo das intervenções mediáticas de PMR não tem passado de um mero desenrolar de banalidades e vacuidades, desprovidas de ideias assertivas, projectos ou políticas de futuro para o clube. Aliás, o que tem surgido da espuma que diariamente PMR debita na CS é precisamente a sua faceta "CityLion", que tanto nos habituou no Camarote Leonino. A crítica pela crítica, por vezes pessoal, contra BdC, pegando em temas como a "supertaçazinha" de 2016, os treinadores do Sporting ou as contratações "cirúrgicas".
Ao enveredar pela crítica fácil, PMR acaba por cometer um erro básico: dá mais ares de anti-brunismo do que sportinguismo. É certo que só ganhamos a "supertaçazinha" e a Taça de Portugal, mas foi o melhor que fizemos em 9 anos. Também é certo que não conseguimos manter Leonardo Jardim, mas os treinadores dos últimos 4 anos deram mais garantias que os dos anos anteriores. As contratações "cirúrgicas", mesmo tendo sido uma das pechas da actual direcção, não deixou de apresentar melhorias face às anteriores.
Todos os sportinguistas não deixam de fazer a comparação destes últimos 4 anos com os últimos 15, e mesmo aqueles que possam não se rever no excessivo voluntarismo de  BdC, não deixarão de lhe dar, no mínimo, o benefício da dúvida de lhe conceder outros 4 anos. Mais não seja porque BdC, tem vindo a dar a sua cara desde 2011, quando a crise se tornou manifesta. E porque o clube, de um modo geral, está melhor hoje do que em 2013. 
Quanto a ideias e projectos para o futuro do clube, aguardo com interesse o anúncio de PMR do seu treinador, do seu director para o futebol, bem como outras ideias inovadoras, como a construção do velódromo Joaquim Agostinho ou o clube naval do Sporting.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

A boa imprensa de PMR

Anteriormente já me tinha debruçado sobre as falhas na política de comunicação da actual direcção do Sporting (aqui), face ao que anuncia a candidatura adversária.
Olhando para a promessa de PMR, de que "ladraria menos" e actuaria mais nos bastidores, a maioria dos sportinguistas até se sentiriam tentados a simpatizar com isto, pois muitos estão cansados dos constantes vai-vens comunicacionais que hoje marcam o Sporting. Mas mais do que o constante fluxo de palavras, o que nos cansa mesmo é a sua esterilidade. Seja por culpa própria, seja porque o terreno está minado, a nossa mensagem não passa, sendo inclusivamente utilizada contra nós. O melhor exemplo disto foi a mediatização do processo de rescisão com Marco Silva, onde a história do fato de treino foi usada até à exaustão para ridicularizar BdC.
Sabendo então o que temos, veremos o que poderemos vir a ter.
Pedro Madeira Rodrigues prometeu então menos picardias e ruído na praça pública e mais actuação nos meandros do futebol nacional. Se a forma da política de comunicação parece adequada, olhemos então para o seu conteúdo. Já percebemos que PMR irá tentar normalizar as relações institucionais com porto e benfica, portanto será de esperar menos palavras contra estes clubes. Sobre o resto, saberemos apenas depois de 04 de Março, caso ganhe as eleições. Mas até lá podemos ir lendo nas entrelinhas do que nos está a ser oferecido.
Em primeiro lugar, há a constatação de que PMR está rodeado de boa imprensa. Desde que anunciou a sua candidatura, é raro o dia em que não aparece a lançar bitaites nos jornais desportivos, com repercussão nos generalistas. Já concedeu algumas entrevistas nos canais temáticos por cabo. Até uma acção de campanha em Londres mereceu destaque fotográfico na imprensa. De um modo geral, a interacção com os jornalistas tem sido num registo suave, sem perguntas embaraçosas ou complicadas (por exemplo, "É você que é o CityLion?"). Quem quiser saber como é PMR num registo mais agreste, que oiça a sua entrevista ao "Sporting160".
Em segundo lugar, temos de admitir que a questão da short-list dos três treinadores foi uma boa jogada, depois da "pezada" que deu no caso de Jorge Jesus. Apesar de ter saído diminuído no fait-diver com JJ, PMR poderá sair por cima se os seus três treinadores forem efectivamente nomes sonantes. Bielsa já gerou um burburinho, sem confirmação. Aguardemos pelo nome, ou nomes, oficiais.
Claro está que se até dia 4 de Março o nome do treinador não aparecer, nem o do seu director para o futebol profissional, tudo não passará de um enorme tiro de pólvora seca. O que para já é algo que está a caracterizar a sua campanha, não obstante a boa imprensa que ajuda a formar o florido pacote onde PMR está embrulhado.
Dois exemplos disto: o anúncio do mandatário de PMR, Pedro Ribeiro Ferreira, que parecia mais uma acção de campanha de BdC; A desistência do proto-candidato Severino, anunciada com pompa e circunstância, de braço dado com PMR, dias depois daquele ter estado com Abrantes Mendes na sala de paredes vermelhas do restaurante "Barbas"....

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Sobre o que resta de 2016/17

Apesar de já estarmos praticamente afastados da luta pelo título, não nos podemos esquecer do que ainda resta para lutar nesta época.
A conquista do 3.º lugar é imperativa, para mantermos acesa a hipótese de participarmos na Liga dos Campeões da próxima época. O momento actual do Braga não é famoso e o Vitória de Guimarães não me parece com estaleca para lá chegar. Temos de nos focar no que ainda resta, começando também a preparar o que virá depois.
Reduzir os próximos 14 jogos do campeonato a uma pré-época antecipada da Liga de 2017-18 é perigoso, pois pode criar nos jogadores uma sensação de alívio ou descompressão que poderá ser fatal. Até porque em ano eleitoral, a nossa direcção quererá afastar o cenário de maus resultados desportivos do horizonte eleitoral, sob pena de sair penalizada no acto. Mas será sempre inevitável olhar para os jogos que ainda faltam e ver nestes um teste para o futuro de vários jogadores.
Reside aqui a capacidade do treinador motivar o plantel, em especial os mais jovens. Muitos deles regressaram em Janeiro vindos de experiências motivadoras e com ganas de mostrar o quanto cresceram. É importante mostrar-lhes que um bom desempenho nos próximos jogos significará uma efectiva participação no plantel para 2017-18. 
No inicio desta época, alguns desses jogadores tinham a perspectiva - de resto confirmada pelo próprio treinador - de que iriam fazer parte do plantel. Face à aposta que veio a ser feita em jogadores mais experientes, preferiu-se dispensa-los, com o motivo de que seria positivo ganharem minutos noutras equipas da I Liga (seguindo o exemplo de João Mário e Rúben Semedo). Renegar outra vez estes jogadores será um factor de desmotivação para eles, talvez fatal.
Lembremo-nos de Cédric e Adrien, que todos julgavam perdidos, mas que foram recuperados após a aposta de Leonardo Jardim (não tinha outras hipóteses). Ou, mais recentemente, no próprio Rúben Semedo, que chegou igualmente a ser dado como perdido.
As palavras de JJ no final do clássico, comentando a prestação de Palhinha, foram infelizes. Foi JJ a ser JJ. Espero que nos treinos e nos próximos jogos o treinador motive e transforme o melhor trinco do Belenenses num dos melhores de Portugal. Poderia começar já no próximo jogo, mantendo a sua titularidade, mesmo que isso implicasse sentar WC no banco. Era um sinal inequívoco de que conta com o jogador e de que as suas palavras não foram mais do que um mal-entendido.
Uma última nota para a questão lateral da defesa. Partindo do princípio que o centro da defesa mantê-se, bem como a cabeça do ataque, deveríamos atacar o mercado de Verão para assegurar dois bons reforços para as laterais. A par do suprimento das possíveis vendas de Adrien ou William, terão de ser os melhores reforços da próxima época.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

O Epílogo de uma Época

No que à luta pelo primeiro e segundo lugar diz respeito, ontem a questão ficou arrumada. Só um monumental descalabro da dupla da frente e uma super 2.ª volta nossa, permitiria que chegássemos lá acima.
A actual época ainda não acabou. Temos um 3.º lugar para ganhar e para garantirmos o acesso ao play-off da Liga dos Campeões. O Braga parece-me em queda e não creio que o Vitória de Guimarães tenha pedalada para lá chegar. O 3.º lugar é um tónico suficiente para JJ motivar os nossos jovens para os jogos que ainda faltam.
Ontem assistimos ao repetir de um filme que se tornou viral esta época. 45 minutos de avanço ao adversário, harakiris defensivos, atitude dominadora em parte do jogo com falhanços inacreditáveis à frente da baliza. Nem o puxãozinho do árbitro faltou.
JJ surpreendeu metendo Matheus de início. A aposta num jogador jovem, que esta época praticamente ainda não tinha jogado, lançando-o literalmente para as feras, tinha tudo para correr mal. Boa parte da nossa inoperância na primeira parte resultou da falta de um jogador dinâmico naquela zona do terreno. Não se viu Matheus, não se viu Gelson nem Bryan, muito menos Dost. Se era para surpreender, porque não meteu o Geraldes de início? Tem mais minutos de I Liga e chegou motivadíssimo à equipa. Incompreensível.
Nas laterais, mais do mesmo. Schelotto varia entre o sofrível e o satisfatório. Marvin é medíocre. É impossível ser-se campeão com tão maus laterais.
Na segunda parte agradou-me a atitude da equipa. Alan Ruiz parece-me determinado a provar que é um jogador com quem contar e Esgaio aproveitou bem a oportunidade concedida, conseguindo tapar os buracos à esquerda. O que na 2.ª parte sobrou em transpiração, faltou em inspiração. Ao contrário de outros jogos não quebrámos aos 70 e tal minutos e conseguimos manter a pressão até ao final do jogo. Mas, como em outros jogos desta época, não chegou.
Hoje olho para o líder provisório do campeonato e não posso deixar de ficar estarrecido por ver que este porto está já com 9 pontos de avanço sobre nós. Mas depois olho para os golos sofridos e vejo que eles tem metade dos nossos. Aliás, dos 8 primeiros (com um jogo a mais, é certo) temos a pior defesa deles. E boa parte desta nossa época explica-se por aí: péssimo jogo defensivo.

Para o fim deixo Palhinha.
Sim, o primeiro golo é uma tremenda falha deste jovem jogador. JJ poderia ter tido outra postura no flash-interview? Poderia, mas estamos a falar de JJ, pessoa autêntica e directa, pouco dada a discursos enviesados. O discurso de JJ contêm uma panóplia de lugares comuns a que nos teremos de habituar até Maio. Que esta equipa é jovem, vai cometer erros, que nesta altura era necessário dar um passo atrás para depois dar dois passos à frente. Só lamento que o passo atrás tenha chegado com 5 meses de atraso. E de que vale criticarmos as palavras de JJ se no próximo jogo em Alvalade começarmos a assobiar os nossos jovens ao primeiro erro? 
E já agora, temos algum lateral-esquerdo decente na formação???

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Antevisão: FC Porto - Sporting

Amanhã será dia de mais uma oportunidade para nos relançarmos esta época. Uma derrota significará um adeus definitivo ao título e, muito provavelmente, à entrada directa na Liga dos Campeões.
O empate deixará a luta pelo 2.º lugar ainda em aberto, tendo nós que esperar pelo resultado do benfica para sabermos se o título ainda estará alcançável.
A vitória deixa-nos às portas do 2.º lugar, mantêm pressão no benfica, e será um tónico mais que suficiente para nos motivar nos 14 jogos que restarão.
O trabalho será hercúleo. O porto não tem estado a jogar melhor do que nós, mas tem demonstrado algo esta época que nos tem faltado: tem garra. Jogando no próprio estádio, sentindo o orgulho ferido pelas recentes derrotas frente ao nosso clube, os andrades tudo farão para nos mostrar que são melhores que nós.
Da nossa parte temos de nos agarrar aos nossos trunfos: a experiência do treinador, o grande momento do goleador, o sangue novo que voltou esta semana a Alvalade e que, muito provavelmente, dará o seu contributo amanhã. A forma de Gelson, a abnegação de Adrien, a classe de Coates e Patrício. Repetir as exibições de Madrid ou da Luz, sem repetir os resultados.
Com Palhinha no lugar de William, Geraldes e Podence no banco a espreitar uma oportunidade, aposto no mesmo onze que entrou em campo com o Paços de Ferreira. Talvez a surpresa do JJ seja à esquerda, mas não acredito que ponha o Marvin ou o Jefferson de início.
Se tudo correr bem, que ganhemos por 3-1, com um bis do homem do costume.

As lacunas do Bruno

Enquanto a única candidatura opositora à actual direcção não concretiza o conjunto de boas intenções que tem vindo a debitar na praça pública, vou fazendo um apanhado do que queria ver alterado nos próximos 4 anos, caso o Bruno vença as eleições.

Política de comunicação:
Sem dúvida o grande espinho da actual direcção. Se por um lado considero que por vezes se berrou demasiado, por outro também acho que é difícil outra forma de nos fazemos ouvir. O actual panorama nos midia está controlado por figuras afectas ao estado lampiânico, que minam a opinião pública, criando fait-divers, casos, etc. Cabem aqui os paineleiros afectos ao benfica, mas também cabem os jornalistas, que deveriam ter uma posição deontológica afastada da luta clubística, mas que usam das suas colunas de opinião para manipular a informação, a cobro do manto da isenção jornalística.
Quando sofremos ataques de Farinhas, Guerras, Delgados, Venturas, etc. torna-se por vezes difícil escolher um alvo. Juntemos a isto outras frentes de conflito com outros dirigentes desportivos e associativos. 
PMR já referiu que parte da sua estratégia passará por "ladrar menos" e ter mais influencia a partir dos bastidores. Acção por trás do palco parece-me interessante, mas pergunto-me se contra uma opinião pública desfavorável se terá condições de manter essa estratégia. O Sistema portista aguentou-se mais de uma década contra uma opinião pública adversa, mas estava bem sedimentado numa rede de compadrios na estrutura associativa da época. Partindo do princípio que queremos ganhar com justiça e transparência, não podemos copiar o modus operandi do Sistema.
Parece-me que neste ponto BdC arranca atrás do seu adversário, pois muitos, como eu, duvidam que nos próximos 4 anos possamos passar a berrar menos, mas melhor, com BdC no leme.

Política para o futebol:
Outra pecha desta direcção teve que ver com a aparente falta de um elo de ligação entre o Presidente e o treinador da equipa principal. Essa posição, geralmente denominada de director desportivo, pareceu-me que foi sempre ocupada por pessoas cujo principal objectivo não era o de dirigir o futebol, mas sim o de servir de suporte ao Presidente, para resguardo da sua imagem. Augusto Inácio primeiro, Octávio Machado depois, cumpriram com essa função de ser um braço-direito de BdC no balneário e na comunicação do clube em algumas fases da época. Contudo, o seu trabalho ao nível das contratações, definições do plantel, articulação com a equipa B, etc., pareceu-me sempre ter sido negligenciado. Com Jorge Jesus o esquema assumido passou por dar parte das competências de director desportivo ao treinador, o que acabou por se revelar inconsequente, se não mesmo nefasto, para as nossas aspirações nesta época.
Onde a falta de uma política desportiva para o futebol mais se sente é na parte das contratações. É certo que nestes 4 anos tivemos Slimani, Montero, agora Coates, etc. Mas também tivemos Markovic, Sarr, Petrovic, Slavchev, etc., com a agravante que nestes anos nunca conseguimos criar um plantel de, digamos assim, 20 bons jogadores. Pelo contrário, continuamos a viver com 11 ou 12 bons jogadores e o resto "vai-se safando".
Também a política da equipa B, bem como a sua articulação entre a equipa principal, necessita urgentemente de uma redefinição, que promova um melhor aproveitamento da nossa formação.
Espero com bastante interesse novidades que possam vir na campanha eleitoral. Por um lado, aguardo por BdC algum tipo de anúncio sobre o futuro, pois não acredito que Otávio Machado se mantenha na próxima época. Por outro lado, PMR terá aqui uma oportunidade de luxo para reverter a patada que meteu ao anunciar a dispensa de JJ, se conseguir apresentar um nome forte para dirigir o futebol profissional.

Aguardemos.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

PMR e o CityLion

Continuando o périplo pela candidatura presidencial de Pedro Madeira Rodrigues ao nosso clube, irei agora debruçar-me numa questão que, creio eu, não tem merecido o devido destaque, salvo em um ou outro blogue. Estou a falar sobre a verdadeira identidade do bloguista do Camarote Leonino, o CityLion.
O Míster do Café fez um trabalho importante nessa matéria, conforme podem ver neste link:

O blog "Camarote Leonino" é conhecido nas redes sociais como sendo de oposição a Bruno de Carvalho. Moderado por "Rui Gomes", tem assumido uma postura crítica à direcção dos últimos 4 anos, por vezes com conteúdo assertivo e pertinente, outras nem tanto. O que está em causa não é a postura crítica do blog, que é perfeitamente legítima, mas sim a incoerência do que diz o blogger CityLion e o candidato PMR.

Por exemplo, num texto que o CityLion escreveu a 25-07-2016, refere-se à dupla BdC/JJ como "Casal de Parolos", que estariam a fazer do nosso clube um clube "popularucho como o Benfica". Para este opinion maker, nos últimos anos assistiu-se à lampionização do Sporting, as nossas queixas sobre a arbitragem são "calimerices" e todos os que gravitam em torno de BdC são arrogantes e ordinários.

Enquanto candidato, Pedro Madeira Rodrigues tem-se esforçado por apresentar uma postura mais serena e polida, apesar de num ou outro momento ir deixando cair a máscara. O caso com Jorge Jesus, que eu tratei no posto anterior, é um bom exemplo. Apelidar de "ladrar" as nossas queixas sobre o actual estado do futebol é incompatível com a "elevação" que PMR afirma querer trazer. As críticas sobre a nossa política de formação ou o reatamento das relacões com os "agentes desportivos" (leia-se fundos e empresários), demonstram a verdadeira posição do candidato PMR. 

Saber se a pessoa que escreveu tanta coisa nestes últimos anos sobre o Sporting é ou não o candidato PMR, é fulcral para todos os sócios do nosso clube. Para sabermos qual é a verdadeira faceta da pessoa e do que ela realmente pensa sobre o clube. E não a imagem acolhedora e moderada que tem passado nestas últimas semanas na comunicação social.

Para quando a principal e verdadeira pergunta sobre PMR que interessa aos sócios do Sporting, "É você quem era o CityLion do Camarote Leonino"?

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Considerações sobre PMR – A questão “Jorge Jesus”

Tenho seguido atentamente a pré-campanha em torno das próximas eleições presidenciais do Sporting. Enquanto não surgem mais candidaturas oficiais, debruçar-me-ei, por agora, pela única oponente à actual direcção.

Independentemente do currículo profissional de Pedro Madeira Rodrigues, que me parece interessante, creio que para ser presidente do Sporting ainda faltam outro tipo de características que PMR não tem revelado nestes dias. Falo de um discurso arrebatador, carismático, de líder. Mas, sobretudo, de coerência. E o assunto do treinador esbarra precisamente nesse aspecto: coerência.

Inicialmente PMR revelou que, caso fosse eleito, trabalharia de bom grado com Jorge Jesus. Após o anúncio de que o treinador fazia parte da comissão de honra de BdC, o candidato optou por excluir JJ dos seus planos. Questionado sobre como arranjará dinheiro para despedir JJ, PMR tem apostado num ingénuo“acredito que ele se demitirá”, coisa que o próprio treinador já afirmou que não fará. PMR aproveitou um fait-diver para justificar correr do clube o actual melhor treinador no nosso campeonato, quando uns dias antes estava entusiasmado para trabalhar com ele.

E o que levou PMR a mudar em poucos dias a sua posição, numa decisão a quente (ele que tanto critica as decisões a quente de BdC)? Como diria Jack-O-Estripador, vamos por partes.

I – Qual a opinião que PMR tem sobre JJ?
Uma das perguntas que deveria ser feita a PMR é se é ele o “Citylion” do Camarote Leonino. Creio que a pergunta apenas foi feita no “Sporting160” e não obteve uma resposta clara. É uma pergunta importante, porque uma coisa é ter uma opinião sobre alguém ontem, mas alterá-la hoje por despeito a algo que se passou. Outra coisa é nunca ter gostado dessa pessoa, mas em público passar inicialmente uma ideia contrária para dar uma imagem conciliadora, para à primeira ocasião descartá-la. Basta consultar o arquivo do Camarote Leonino para sabermos o que pensava o “Citylion” de JJ e concluirmos que era uma questão de tempo, ou oportunidade, até JJ ser descartado por PMR.

II – Mas JJ tem lugar no Sporting nos próximos meses?
A partir do momento que a actual direcção decidiu renovar com o actual treinador, creio que é uma pergunta redundante. Temos de verificar os seguintes factos: a rescisão com Jorge Jesus é milionária. Fala-se em 15 milhões, mas também já li 20 milhões com a equipa técnica. Mas também estamos a falar no melhor treinador actualmente a treinar em Portugal. Creio que antes se deveria perguntar se faria sentido despedir JJ nesta altura. E pensar que JJ simplesmente diz “adeus e um queijo” ao Sporting em caso de vitória do PMR é demasiado ingénuo para ser levado a sério.

III – Que sentido faz despedir JJ em Março?
Faz tanto sentido como o Barcelona despedir Messi, que também está a passar por uma fase menos boa. A não ser que no dia seguinte apresentassem CR7 como reforço do plantel. O que mesmo assim não poderia ser visto como um bom negócio, pese embora o actual grande momento de CR7.
Quando o Sporting rescindiu com Marco Silva, pagou algumas dezenas de milhares de euros para despedir um treinador que, por muito bom que fosse, ainda não era mais do que promissor. E para o seu lugar veio um treinador tarimbado e consagrado.
A não ser que PMR anuncie Capello, Guardiola ou Simeone como treinador do Sporting, quem vier será necessariamente pior que JJ.

IV – O que é que PMR tem a ganhar com isto tudo?
Parece um paradoxo, mas ganha coerência. Coerência com aquilo que escreveu durante os últimos meses no Camarote. Mas aquela coerência que procura agora mostrar na campanha eleitoral perdeu-a. Não pode anunciar “princípios” em cortar com JJ mas depois esquecer-se deles e falar em reatar relações com os “agentes desportivos” (Doyens, Gestifutes, etc.). Ou falar em “exigência” mas depois esbanjar milhões em despedir o melhor treinador que passou pelo Sporting desde, digamos assim, Bobby Robson…

No final talvez ganhe os votos daqueles sócios que, por exemplo, em 2001 acharam bem que não tivéssemos contratado José Mourinho para ser o nosso treinador.