quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Habemus director para o futebol

O dia de hoje chegou cheio de novidades. Não estava à espera que o candidato Pedro Madeira Rodrigues ainda conseguisse apresentar os nomes dos seus homens pró futebol a tempo do debate de logo. Seria uma falha grave desta candidatura chegar ao debate sem um único nome, pelo que este anúncio obrigará BdC a rever a estratégia para logo. Uma coisa seria atacar um saco de vento, outra é atacar o nome de Boloni ou Delfim...
Já havia dito num post anterior que a actual estrutura de futebol estava demasiado concentrada nas figuras do presidente e do treinador. O director desportivo tem mais a função de assessor do treinador e/ou do presidente do que de dirigir o futebol. Também é da minha opinião que uma das falhas da actual estrutura é mesmo a falta efectiva de alguém que cumpra essas funções: coordenação de todo o futebol profissional, as contratações, necessidades do plantel, ponte entre o treinador e a direcção, etc. A falta de um verdadeiro director desportivo pode ser uma das explicações do fracasso desta época.
Aguardava por isso, com bastante curiosidade, para saber qual era a cartada que PMR iria jogar aqui, precisamente numa das áreas onde BdC não conseguiu convencer. Do que se sabe hoje, pois o treinador para 2017/18 não será conhecido antes da próxima semana, retenho o seguinte:
- Estrutura para o futebol
PMR decidiu aqui inovar. Não que o modelo proposto já não tivesse sido posto em prática no Sporting, mas sim porque escapou um pouco aquilo que o candidato ia anunciando. O director desportivo assumirá quer o planeamento e supervisão do plantel principal, quer a sua coordenação com a formação, tornando-se numa espécie de "homem forte" para o futebol. Para o apoio directo à equipa principal de futebol haverá um Team Menager, que fará trabalho de sapa no balneário em conjunto com o treinador, um pouco o que Octávio tem feito nestas duas épocas. PMR juntou mais um terceiro cargo, o do gestor de activos, para assumir a pasta das contratações, renovações e vendas. Aqui a minha dúvida é se o cargo terá apenas a vertente jurídica associada, ou terá também a parte técnica, como a prospecção de mercado.
- Nomes associados
Dos nomes apresentados por PMR, o de Boloni é o que causa mais sensação. Foi o último treinador campeão pelo Sporting, tem uma personalidade moderada, pouco exuberante mas desportivamente muito correcta. Basicamente, é uma antítese de JJ. Ficou-me na retina a forma como soube tirar partido da dupla Jardel/João Pinto, mas também como não soube ultrapassar a falta do avançado na época seguinte. Após ter saído do Sporting em 2003, não me lembro de mais nenhum sucesso relevante que tenha tido. É uma figura que creio ser consensual no universo sportinguista, sendo por isso o trunfo de PMR. A grande dúvida que reside é se o ex-treinador tem capacidade para ser director desportivo do Sporting, pois não me lembro que tenha estado alguma vez nesse cargo. O facto de, segundo Boloni, o convite ter sido efectuado ontem, dá a sensação de que esta não seria das primeiras opções do candidato, o que poderá questionar a empatia que existirá entre ambos. 
O segundo nome, Delfim, também acredito que recolha simpatias no nosso universo. Foi campeão em 2000, lesionou-se com gravidade, mas manteve sempre uma atitude profissional louvável. Também aqui a minha dúvida é se a pessoa em si é a indicada para encarnar aquilo que PMR quer do Team Menager. Da forma como definiu o cargo, de alguém que transmita ao balneário o que é sentir a nossa camisola, eu lembrei-me de nomes como Manuel Fernandes, Oceano ou Sá Pinto. Haveria outros, menos carismáticos mas bem conhecidos pelo seu sportinguismo, como Carlos Xavier, Beto ou Vidigal. Mas a Delfim, neste momento, não lhe reconheço capacidade para transmitir a nossa mística para o balneário.
Por fim Ricardo Pina Cabral, que para mim é um ilustre desconhecido. Por enquanto prefiro saber mais sobre o conteúdo funcional do cargo de Gestor de Activos. 

Estrutura definida, nomes apresentados, a candidatura de PMR lançou ontem a sua grande cartada, a que se juntará na próxima semana o nome do treinador para 2017/18. O desenho da estrutura em si é ambicioso. Os nomes são interessantes, pecando por parecerem inexperientes ou sem preparação para os cargos. Veremos se PMR conseguirá dissipar estas dúvidas sobre a sua estrutura. E se BdC responderá à altura.

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