sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

As lacunas do Bruno

Enquanto a única candidatura opositora à actual direcção não concretiza o conjunto de boas intenções que tem vindo a debitar na praça pública, vou fazendo um apanhado do que queria ver alterado nos próximos 4 anos, caso o Bruno vença as eleições.

Política de comunicação:
Sem dúvida o grande espinho da actual direcção. Se por um lado considero que por vezes se berrou demasiado, por outro também acho que é difícil outra forma de nos fazemos ouvir. O actual panorama nos midia está controlado por figuras afectas ao estado lampiânico, que minam a opinião pública, criando fait-divers, casos, etc. Cabem aqui os paineleiros afectos ao benfica, mas também cabem os jornalistas, que deveriam ter uma posição deontológica afastada da luta clubística, mas que usam das suas colunas de opinião para manipular a informação, a cobro do manto da isenção jornalística.
Quando sofremos ataques de Farinhas, Guerras, Delgados, Venturas, etc. torna-se por vezes difícil escolher um alvo. Juntemos a isto outras frentes de conflito com outros dirigentes desportivos e associativos. 
PMR já referiu que parte da sua estratégia passará por "ladrar menos" e ter mais influencia a partir dos bastidores. Acção por trás do palco parece-me interessante, mas pergunto-me se contra uma opinião pública desfavorável se terá condições de manter essa estratégia. O Sistema portista aguentou-se mais de uma década contra uma opinião pública adversa, mas estava bem sedimentado numa rede de compadrios na estrutura associativa da época. Partindo do princípio que queremos ganhar com justiça e transparência, não podemos copiar o modus operandi do Sistema.
Parece-me que neste ponto BdC arranca atrás do seu adversário, pois muitos, como eu, duvidam que nos próximos 4 anos possamos passar a berrar menos, mas melhor, com BdC no leme.

Política para o futebol:
Outra pecha desta direcção teve que ver com a aparente falta de um elo de ligação entre o Presidente e o treinador da equipa principal. Essa posição, geralmente denominada de director desportivo, pareceu-me que foi sempre ocupada por pessoas cujo principal objectivo não era o de dirigir o futebol, mas sim o de servir de suporte ao Presidente, para resguardo da sua imagem. Augusto Inácio primeiro, Octávio Machado depois, cumpriram com essa função de ser um braço-direito de BdC no balneário e na comunicação do clube em algumas fases da época. Contudo, o seu trabalho ao nível das contratações, definições do plantel, articulação com a equipa B, etc., pareceu-me sempre ter sido negligenciado. Com Jorge Jesus o esquema assumido passou por dar parte das competências de director desportivo ao treinador, o que acabou por se revelar inconsequente, se não mesmo nefasto, para as nossas aspirações nesta época.
Onde a falta de uma política desportiva para o futebol mais se sente é na parte das contratações. É certo que nestes 4 anos tivemos Slimani, Montero, agora Coates, etc. Mas também tivemos Markovic, Sarr, Petrovic, Slavchev, etc., com a agravante que nestes anos nunca conseguimos criar um plantel de, digamos assim, 20 bons jogadores. Pelo contrário, continuamos a viver com 11 ou 12 bons jogadores e o resto "vai-se safando".
Também a política da equipa B, bem como a sua articulação entre a equipa principal, necessita urgentemente de uma redefinição, que promova um melhor aproveitamento da nossa formação.
Espero com bastante interesse novidades que possam vir na campanha eleitoral. Por um lado, aguardo por BdC algum tipo de anúncio sobre o futuro, pois não acredito que Otávio Machado se mantenha na próxima época. Por outro lado, PMR terá aqui uma oportunidade de luxo para reverter a patada que meteu ao anunciar a dispensa de JJ, se conseguir apresentar um nome forte para dirigir o futebol profissional.

Aguardemos.

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