segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Crónica de um empate e de uma fadiga anunciada

Ponto prévio deste post: pode não parecer, mas o Sporting NÃO ESTÁ em crise!
Sim, é certo que já não ganhamos há quatro jogos seguidos. Um deles é para uma competição cuja importância para nós é pouco mais que nenhuma. Outro dos jogos foi uma derrota caseira com o... Barcelona! Os restantes dois jogos que não ganhos foram para o campeonato. E se o empate em Moreira de Cónegos foi mesmo um mau, péssimo, resultado, já o empate de ontem... foi assim-assim.
Na minha antevisão para este jogo, escrevi que mais do que a fadiga, o problema do Sporting poderia ser a perca de foco ou concentração do jogo. Enfrentávamos uma equipa que também vinha de um jogo europeu, por isso os índices físicos estariam semelhantes. JJ costuma preparar bem os clássicos, quer do ponto de vista táctico quer motivacional da equipa. Apesar dos sinais de cansaço já evidenciados no jogo contra o Barcelona, havia nos sportinguistas uma esperança de que um coelho sairia da cartola. Mas os sinais começavam a apontar no sentido oposto: confirmou-se a lesão de Doumbia e Coentrão também ficou de fora. Dala, em quem depositei esperança de poder ser um dos "coelhos" a sair da cartola, foi para a equipa B espalhar magia. Equipa fatigada, banco sem opções ao nível dos titulares... desenhava-se no horizonte um jogo complicado.
E foi. O porto entrou melhor na partida, anulando as nossas investidas e procurando sempre ganhar os espaços entre as nossas linhas e as costas dos laterais. Verdade seja dita que, mesmo estando por cima na primeira parte, o ascendente portista nunca nos sufocou. Mas também é verdade que tiveram umas três boas ocasiões para marcar, enquanto nós só tivémos uma, numa cabeçada de William já perto do intervalo. Gelson e Bruno Fernandes começavam a arrastar-se em campo, Battaglia e Acuña lutavam muito mas com falta de discernimento. William ia tapando os buracos ao meio, Mathieu e Coates limpavam as sobras. Jonathan e Piscinni iam defendendo como podiam, mas a atacar eram uma nulidade. Bas Dost passou ao lado do jogo na primeira parte. Rui Patrício, seguríssimo, aguentou o empate a zero até ao intervalo.
Se o sufoco não apareceu até então, esperava-se que no segundo tempo tal viesse a ocorrer. Se o porto, sem apertar muito, estivera muito perto de marcar, adivinhava-se que Sérgio Conceição aproveitaria a melhor forma física da sua equipa e encostasse o Sporting às cordas. Felizmente que o porto também jogou durante a semana, pelo que acabaram por acusar fadiga na segunda parte. Aproveitámos para equilibrar a equipa, tivémos mais bola no meio campo adversário, mas faltavam lances de golo junto à baliza portista. Mesmo com esse ascendente, acabou por ser o porto a ficar mais perto de marcar, já no final do encontro, obrigando o nosso São Patrício a duas grandes defesas. Tivesse sido este jogo contra um adversário mais fresco, e se calhar as coisas correriam muito pior.
Face ao que aconteceu em campo, não nos resta outra coisa senão admitir que o empate não foi um mau resultado. Fizémos uma partida competente e combativa, mas não fosse São Patrício dificilmente seguraríamos o empate. Olhando para o que fizémos contra o Barcelona e para o que fizémos ontem, chegamos à conclusão que o resultado do clássico, não sendo o melhor, foi o possível dentro das nossas limitações para este jogo.
Agora é tempo de respirar fundo, esticar as pernas e recuperar outra vez a forma física. E esperar que os nossos internacionais não se lesionem. Também é tempo para pensarmos porque motivo alguns jogadores nossos rebentam tão cedo, face ao que acontece com os nossos rivais. O porto, de quem se dizia ter o plantel curto, está a conseguir retirar mais rendimento que o nosso plantel. Por cá, além dos titulares, vejo que Iuri desapareceu, Podence tarda em regressar, Coentrão não vinga, Dala não tem a sua oportunidade e Alan Ruiz não explode. O tal plantel com mais soluções, que diziam e eu pensava no inicio da época que tínhamos, começa a relevar-se (outra vez) curto. Será uma coisa momentânea, os tais "ciclos" que JJ disse que todas as equipas tinham? Ou será algo mais?

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