terça-feira, 17 de abril de 2018

Enjoy the silence

Hoje deu-me para plagiar a Tasca do Cherba, pelo que o título do meu post é o nome de uma música que se adapta ao actual estado do Sporting e do futebol português.
Esta semana começou estranhamente silenciosa. É digno de se ver como uma simples mudança de líder do campeonato, altera por completo o alinhamento de telejornais e dos temas em discussão nos canais noticiosos. De um dia para o outro deixou de se falar de futebol. Bruno de Carvalho e a sua sucessão já não justificam "praças públicas" e outros programas de debate. As agressões a jornalistas, após um jogo de futebol, deveu-se ao clima e não à cultura totalitária do clube envolvido. Rui Vitória, que em tempos chegou a ser o Sun Tzu da nossa bola, parece que afinal não passa de um nabo com olhos.
Voltando novamente ao silêncio, começo por aquele que me é mais querido: o silêncio do nosso presidente. A acalmia dos últimos dias serviu para recuperar alguma normalidade no reino do leão, com os jogadores a fazer aquilo que é suposto fazer, jogar à bola e vencer os jogos. De repente, a brigada do reumático como que meteu a viola no saco e desampararam a loja por estes dias. É certo que para isso também contribuíram outros silêncios, como de Rogério Alves ou João Benedito, que ter-se-ão lembrado daquele velho adágio popular, de que "quem com ferros mata, com ferros morre". E vai daí mostraram alguma dignidade em não pontapear o moribundo no chão, ao contrário dos patetas do costume que já ninguém leva a sério, como Severinos, Abrantes e companhias.
E como o silêncio costuma ser bom conselheiro, aposto que muitos sportinguistas terão feito uma profunda introspecção quando viram a primeira parte do jogo de Belém. "Onde é que andava esta equipa quando fomos a Setúbal ou Estoril?", perguntavam muitos. No Restelo, onde perdeu o porto e ia perdendo o benfica, conseguimos virar um mau inicio de jogo e marcámos 3 excelentes golos. Aos poucos, sem Bruno de Carvalho abrir a boca, os adeptos vão pensando em como esta época teria sido diferente se o presidente tivesse apertado com os "meninos mimados" depois do empate de Setúbal. Mas mesmo tarde, pode ser que o puxão de orelhas ainda tenha vindo a tempo. O segundo lugar voltou a ficar á nossa mercê e na quarta-feira, uma exibição ao nível da última quinta poderá abrir-nos as portas do Jamor. Até lá é aproveitar o silêncio e não fazer (nem dizer) mais asneiras.
Sobre o clássico entre o Estado Lampiânico e o Sistema, tenho pouca coisa para dizer. Rui Vitória mostrou mais uma vez que não passa de um treinador mediano. Que sobrevive numa equipa "grande" apenas porque ela é amparada nos momentos complicados. Sem rasgo táctico, com o seu carisma típico de um vegetal, sem aquele élan que ameaça tudo e todos quando não o carregam ao colo. Lembra-me muito Fernando Santos quando treinou o porto nos anos 90, outro treinador mediano que conseguiu ser "penta" sabe lá ele como. No domingo não sobreviveu a mais um jogo paupérrimo por azar. Aquele lance do Zivkovic, no final do jogo, só não deu penalti porque do outro lado estava o Sistema e Artur Soares Dias não é propriamente anti-Sistema. Fosse contra um dos Tondelas do campeonato e aquele lance patético era transformado numa penalidade salvadora, tal como em Setúbal. 
Mas ainda não é tempo para Rui Vitória atirar a toalha ao chão. Ainda faltam quatro jornadas e cheira-me que ainda o vão tentar salvar. Tanto contra o de cima, como contra o de baixo. Quanto a nós, além de estarmos atentos, lembremo-nos também que o silêncio não é eterno. E que passando estas ondas de choque do míssil do Herrera, irão chegar pazadas fresquinhas de carvão para nos tentar distrair do objectivo final.
Por enquanto "enjoy the silence". E que eliminemos o porto!

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