segunda-feira, 31 de julho de 2017

Balanços da pré-época

A uma semana antes do inicio oficial das competições, eis que voltamos a ser novamente candidatos a vencer a Champions League, fruto da última vitória da nossa equipa em Alvalade. 
Foi uma pré-época de altos e baixos. No Algarve começámos com um empate frente ao Belenenses, seguindo-se depois uma vitória na Suiça diante o Fenerbaçe. Quando alguns já viam o esboço de uma equipa galáctica, disposta a limpar tudo o que era troféu nos quatro cantos deste mundo, eis que duas derrotas frente a Marselha e Basileia nos lançou para um abismo profundo. O abismo durou uma semana e basicamente nesses dias ninguém prestava, desde o defesa direito, passando pelos pernetas do meio-campo, os marrecos do avançado, os tuberculosos dos defesas centrais, até ao Paulinho e à senhora da limpeza. A vitória em casa frente ao Mónaco devolveu-nos nova lufada de euforia, travada estrondosamente num jogo de experiências mal conseguidas em Rio Maior. Após nova fase de depressão, regresso às vitórias e à esperança de um bom arranque de época. Foi mais ou menos isto.
Pelo caminho, o tal que prefere sul-americanos aos "Manéis" de Alcochete, parece apostado em lançar Podence no onze base e Iuri Medeiros como opção válida nas alas. 
Está tudo bem? Claro que não. Era impossível estar tudo bem nesta fase da época. Mas salvo raras excepções, olhamos para os nossos jogadores, em especial para quem chegou este ano, e ficamos com a sensação que estão todos a evoluir, em fase de crescendo. Piscinni não é perneta, Coentrão e Mathieu não são tuberculosos, Bataglia não é marreco. E no dia 6 acredito que estarão melhor do que estiveram sábado passado.
Se para quem chegou estou muito esperançado que sejam bons reforços para a equipa, dos que vieram do ano passado tenho dúvidas de alguns. A começar em Alan Ruiz, que pela forma como acabou a última época parecia ter tudo para se afirmar este ano. Pelo que vi na pré-época, Alan Ruiz foi uma tremenda decepção. Lento, errático, sem acutilância, está neste momento a anos-luz de Podence ou até de Doumbia. É impossível continuar a insistir no argentino se ele não conseguir dar mais do que isto. E mesmo o melhor Alan Ruiz da época passada é pouco para um meio-campo/ataque de uma equipa com aspirações para conquistar o título. Pergunto-me se não seria melhor despachá-lo para outras paragens, uma vez que parece ter mercado à sua espreita.
Outros jogadores que vieram da época passada e que olho com alguma prudência são os nossos internacionais. Não que a sua qualidade esteja em causa, mas sim se não estarão já a caminho de outros campeonatos. O mês de Agosto vai ser longo e até às 24 horas de 31 muita água vai passar pela ponte. Do vejo, parece-me evidente que a relação de Adrien com o Sporting é de alguém que já se está a despedir e a fazer as malas para outro lugar. É perfeitamente justo para o nosso capitão, pois está no limite para dar o salto para um grande campeonato. Além de que acho que a sua ausência tem sido testada e com resultados aceitáveis na pré-época. Entre Gelson, Rui Patrício ou William, este último também se perfila na iminência de sair. O William da época passada não me deixa grandes saudades. Não foi o mesmo jogador de há dois ou três anos. Não vou aqui tentar adivinhar porque motivo na última época jogou de forma tristonha, por vezes apática ou cansado. Desse William não temos grandes saudades. Mas do William que corre, ganha bolas, lança ataques e passes longos, esse sim, faz-nos falta e não temos que o substitua à altura. Se William ficar mais um ano, espero que volte ao que era no primeiro ano de JJ no Sporting. É daquele tipo de jogadores que influencia qualitativamente uma equipa, para ser campeã. 
Uma última palavra para a pré-época realizada pelos nossos rivais. O benfica tem demonstrado o que já se esperava, dificuldades na defesa depois de ter perdido o seu guarda-redes, o lateral direito e um central. Quem está ou veio não tem claramente a qualidade de quem saiu, pelo que estou curioso de ver o impacto dessas mudanças nos seus primeiros jogos da época. Se o Vitória de Guimarães jogar da mesma forma personalizada como jogou contra nós em Rio Maior, prevejo grandes dificuldades para o clube do povo conquistar a Supertaça. E a estreia do campeonato diante do Braga também é algo que eu aguardo com muita curiosidade.
Do porto sobressai-se os bons resultados. Vitórias com muitos golos marcados e poucos sofridos, quase a antítese da nossa. Mas se nós, e até mesmo o benfica, tivemos adversários de nível igual ou superior ao nosso, o porto preferiu enfrentar equipas inferiores. Não é uma opção descabida, pois o campeonato é constituído, teoricamente, por 15 equipas inferiores ao porto. Além de que os resultados alcançados já criaram uma onda de entusiasmo junto dos seus adeptos, o que acaba por ter efeitos de galvanização da equipa. Tenho bastante curiosidade em ver o que vale este porto em jogos mais a sério, bem como da capacidade do seu treinador em conduzir aquele colectivo, correndo o risco de se Nuno-Espirito-Santizar.

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