quinta-feira, 27 de julho de 2017

Algumas notas sobre o jogo de ontem

Depois de no passado sábado termos estado perto de ser campeões europeus, eis que ontem voltámos a ser uma equipa que, com um bocadinho de sorte, ainda se conseguirá apurar para a Liga Europa da próxima época. Sim, porque vai tudo ser uma desgraça. Os guarda-redes vão ser vendidos, os defesas são todos uns pernetas, no meio campo vão sair o William e o Adrien e só lá vão ficar coxos e na frente escapa-se o Dost e o Podence. Vai ser assim a próxima época. Ou não.
No jogo de ontem, que foi obviamente um jogo de treino entre dois jogos que irão ser mais levados a sério (o último com o Mónaco e o próximo com a Fiorentina), deve ser olhado na estrita medida do que realmente foi: um treino, sendo que este foi à porta aberta e foi transmitido na TV. E como em qualquer treino de qualquer modalidade, houve coisas que correram de feição, outras nem tanto:
1) Jogar com três centrais: Sou muito céptico quanto à capacidade de termos uma equipa a jogar em 3-4-3 ou 3-5-2. Ontem foi mais uma prova disso, não tendo também ajudado o facto de não termos jogado com os "supostamente" melhores jogadores. Faltou Piscinni e Fábio Coentrão nas alas e o André Pinto ao centro. Apesar de tudo, prefiro que as experiências, por mais desastrosas que sejam, se façam nesta fase da época do que nos jogos a doer. Veremos se o JJ vai continuar a insistir neste esquema, já com os melhores jogadores.
2) Jogadores lesionados: Nesta fase da época era previsível que o físico de alguns jogadores começasse a quebrar. Picinni e André Pinto, pouco utilizados nos últimos meses, provavelmente ter-se-ão ressentido disso mesmo. Mathieu idem. E o próprio Fábio Coentrão não deverá escapar a uns dias de treinos limitados. Pelo que percebi, nenhuma das lesões é grave e resultarão precisamente da fadiga muscular dos treinos. Assim sendo, não será uma tragédia, como já vi por aí escrito. De qualquer forma, um jogo com uma equipa como a do Vitória de Guimarães nesta fase não seria o ideal para preservar a forma física do nosso plantel, mesmo que fosse previsível alinhar com as segundas linhas.
3) As nossas segundas linhas: Face a um adversário que fez alinhar um conjunto mais próximo do que será o seu onze titular no início da época, era previsível que sentissem bastantes dificuldades para impor o seu futebol. Pergunto-me até que ponto um jogo deste calibre é suficientemente motivador para as nossas segundas linhas. E até que ponto o resultado final não terá mesmo o efeito contrário, desmotivando em vez de motivar estes jogadores.
4) Coates: A sua expulsão é daquelas coisas estúpidas que, acredito eu, de volta e meia ocorrem nos vários treinos em Alcochete ao longo da época. A diferença é que este foi num jogo e daqui resultou uma expulsão desnecessária. Não sei se Coates ficará fora do jogo com o Aves ou se pode limpar o jogo de exclusão já com a Fiorentina. Mas que foi uma tremenda nabice do nosso central, concerteza que foi. Sem dúvida o pior aspecto que se retirou deste jogo de preparação.
5) A histeria colectiva, outra vez: como costume a blogosfera e as redes sociais amplificaram o sentimento apoclíptico e de desgraça que tem assolado os sportinguistas. Mas aqui apelo para que haja um pouco de bom senso por parte de quem tem a obrigação de manter uma certa sobriedade nas emoções. Não se espera que nesta altura da época os nossos comentadores (aqueles assumidamente sportinguistas) comecem já a gritar "Salve-se quem puder" ou "Fujam pelas vossas vidas". Há aqui um certo trabalho pedagógico que a posição deles obriga. Uma coisa sou eu, com algumas dezenas diárias de leitores, aqui vai dizendo. Outra coisa é alguém como Nicolau Santos fazer o artigo que fez hoje sobre o Sporting.  Fica-lhe mal tanta precipitação, vindo de um jornalista com responsabilidades num dos principais jornais de Portugal.

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