terça-feira, 13 de março de 2018

Rambo - Episódio 26.º

No final do jogo de Paços de Ferreira, alguém escreveu no twitter que deveria ser considerado inconstitucional deixar desta forma os sportinguistas esperançados quanto ao desfecho do campeonato.
Da mesmo modo que fiquei desiludido com o afastamento prematuro da nossa luta pelo campeonato, considero que esta redução pontual trata-se afinal da reposição de alguma justiça na classificação. Continua a ser muito complicado chegarmos ao topo da Liga, mas ainda podemos sonhar. E como é sonho que comanda a vida...
Ontem voltámos a dar um recital de futebol à Sporting. Entrámos em campo (outra vez) com a equipa remendada, demos os 45 minutos de avanço ao adversário da praxe e no final resolveu Bas Dost. Não faltou a habilidade do homem do apito, desta vez não na forma de uma expulsão inventada mas num penalti forçado. Nem faltou também aquela alergia insuportável de JJ para resolver os jogos a tempo e horas. Marcámos o primeiro golo, a equipa adversária acusou o golpe e poderíamos ter dilatado a vantagem nos minutos seguintes. Depois, incompreensivelmente, congelámos o jogo e deixámos tudo na divina inspiração de Battaglia, que primeiro safou-nos de um golo e depois deu outro a marcar. E, claro, para ser uma verdadeira vitória "à Sporting" não podia faltar a nervoseira final, quando depois do penalti manhoso convertido, se previa o ataque do Chaves ao golo do empate. 
Não me lembro, para o campeonato, da nossa última vitória "normal", onde tivéssemos marcado 2 ou 3 golos até intervalo e passado um final de jogo tranquilo. Ultimamente tem sido sempre com sangue, suor e lágrimas. Os jogos do Sporting parecem aqueles filmes de guerra, onde o herói leva tiros de todo o lado, está quase a morrer 2 ou 3 vezes ao longo do filme, mas no final saca de um estratagema qualquer para originar uma explosão que mata todo o exército inimigo. E o campeonato também tem sido igual, quando pensamos que já fomos arrumados, eis que o herói surge cambaleante no alto da serra do Marão e desata a metralhar tudo à volta. Até quando, não saberemos nós.
Se este fosse um campeonato normal, diria que as três equipas da frente ainda iriam perder mais uns quantos pontos até ao fim. Sendo o Sporting o que está mais atrás, além de ter o pior campeonato dos três, é também o que menos hipóteses tem de acabar na frente. Já percebemos e vimos que a dupla que vai à frente muito dificilmente perderá pontos. O porto perdeu-os na última jornada porque foi vítima de uma conjugação de factores que raramente lhe acontece: às lesões de jogadores influentes juntaram-se castigos disciplinares. É uma conjugação que ocorre quase tantas vezes como a passagem do cometa Halley. Apesar de tudo, o porto ainda tem algumas deslocações complicadas, como Belém, Marítimo e benfica, mas não acredito que perca mais dois jogos. Quanto ao benfica, tirando os dois clássicos e uma recepção ao Guimarães, tem apenas de defrontar equipas do fundo da tabela. Com a aflição dessas equipas pequenas na recta final do campeonato, até poderiamos antever alguma dificuldade do benfica nesses jogos. Mas não no Tugão. Aqui já percebemos que para Tondelas, Setúbais ou Moreirenses, é mais importante não incomodar o DDT do que conquistar-lhes um pontinho. Muito provavelmente o campeonato resolver-se-á no clássico da Luz, onde o vencedor ficará com mão e meia no caneco de campeão nacional.
Quinta-feira mais uma batalha do nosso herói. Com Bas Dost em campo, acho difícil não marcarmos pelo menos um golo na República Checa. E se conseguirmos ir aos quartos, que o sonho europeu nos guie até à final de Lyon.

1 comentário:

  1. O campeonato só se vai resolver na Luz se:
    1) O FCP chegar lá com vantagem pontual e ganhar
    2) O Sporting perder pontos entretanto, sem que SLB ou FCP os percam

    Caso contrário, o campeonato, da perspectiva do Sporting:
    1) ou se resolve em Alvalade, em caso de vitória ou empate do Benfica, podendo a discussão ficar adiada para a última jornada entre FCP e SLB
    2) ou só se poderá resolver na úlima jornada, a TRÊS

    Portanto, sorrindo e acenando... Estamos atrás, mas não é impossível chegarmos à frente.

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