terça-feira, 8 de agosto de 2017

Entradas de leão

Como seria expectável, o Sporting entrou na nova época com uma vitória. Não fez uma exibição deslumbrante, longe disso. As notas artísticas ficarão para uma fase mais adiantada da temporada. Por enquanto urge ainda gerir a condição física, pois alguns dos nossos titulares ainda estão a recuperar a sua melhor forma. O que faltou em deslumbramento bastou e sobrou em sobriedade. A equipa jogou compacta, muito competente nos processos defensivos, evitando cavalgadas para a frente para não abrir espaços atrás. Jorge Jesus apostou na quebra física do seu adversário e na sua falta de entrosamento. A justificação de ter deixado Podence no banco para o lançar aos 60 minutos é aceitável. 
Como costume a nação sportinguista pegou numa exibição competente, com um resultado justíssimo, e dividiu-se na sua análise. Da minha parte, já o leram em cima, preferi realçar a parte do jogo colectivo, na segurança defensiva, do critério atacante e, com toda a justiça, da boa abordagem de JJ para este jogo. Já outros preferiram embirrar com a não titularidade de Podence, alegando uma futura desmotivação do nosso avançado, ou então com a forma conservadora como JJ abordou um jogo contra um adversário manifestamente inferior.
Sobre a não titularidade de Podence, duvido que tal já não tivesse sido trabalhado ao longo da semana, logo não acredito que o jogador tenha sido apanhado de surpresa. Adrien, mesmo tendo a sua condição física um furos abaixo da restante equipa, é sempre um jogador preponderante. Mesmo com um pé fora de Alvalade, também poderá haver aqui uma política de não desvalorizar um importante activo nosso, para manter o seu valor de mercado elevado. Bruno Fernandes, pelo que mostrou na pré-época, também teria o seu lugar no onze assegurado. Sendo expectável que Adrien apenas duraria 60 minutos em jogo, provavelmente Podence já saberia que entraria para o lugar do capitão. E, diga-se em abono da verdade, Podence ainda entrou a tempo de fazer uma boa meia-hora de jogo.
A abordagem ao jogo de JJ, que alguns consideraram medrosa face ao adversário, creio que foi a mais sensata e realista. Mais do que ninguém, o nosso treinador sabe qual é a condição física da equipa. Sabe também que se aproximam quatro jogos dificeis, onde os índices físicos dos jogadores terão de estar elevados. O jogo da próxima sexta-feira contra os sadinos será, à partida, mais complicado que este último, com a agravante que se realizará nas vésperas do jogo contra o Steua. Depois vem o Steua, a deslocação a Guimarães e novo jogo contra os romenos, em Bucareste.
Será que havia necessidade de lançar a carne toda no assador logo neste primeiro jogo? É certo que não criámos muitos lances de perigo na primeira parte, logo a estratégia poderia ter corrido mal. Mas JJ teve confiança suficiente na equipa para apostar que, mais cedo ou mais tarde, marcaríamos o nosso golo. Bem vistas as coisas, esta abordagem de JJ até foi mais audaciosa do que medrosa. Veremos como abordará os próximos jogos. Aposto que contra o Setúbal JJ manterá o mesmo onze, ou pelo menos as mesmas características. Correrá bem desta vez? Esperemos que sim.
Depois das depressões causadas pelos jogos na pré-época, alguém já reparou que não sofremos golos há dois jogos? Piccini ainda assustou, mas agora que chega o seu concorrente para a lateral direita, esperemos que a coisa melhore.
Foi o primeiro jogo, ganhámos a uma equipa inferior, não tivemos nota artística mas tivemos um colectivo compacto, não facilitámos e jogámos sempre focados no nosso objectivo. Ainda é cedo para tirarmos conclusões sobre o resto da época? É. Mas as primeiras indicações deixaram-me entusiasmado. Agora é manter o ritmo em crescendo, porque os próximos jogos vão ser fulcrais para o resto da época.

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