quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Alea Jacta Est - Parte II

Entre o muito mau e um assim-assim, calhou-nos um grupo mauzinho.
Era pouco provável que acontecesse mais algum alinhamento de estrelas como aconteceu no play-off de acesso à Liga dos Campeões, onde fomos manifestamente bafejados pela sorte. Nesta fase da competição, atendendo aos clubes que alcançaram a fase de grupos e à nossa posição no pote 4, era pouco provável que não nos calhassem pelo menos dois tubarões.
Longe vão os tempos onde chegávamos a este sorteio no pote 2, já a cair para o 3. Fruto de uma década perdida pelo nosso clube, no que toca a competições europeias, onde só aquela meia-final em 2012 destoou face às péssimas campanhas que levámos a cabo. Temos um longo trabalho a percorrer, se queremos voltar a uma posição de respeito na UEFA. Esperemos que este ano seja o início.
Juventus, Barcelona e Olympiakos.
Podia ser melhor, mas também podia ser pior. No cômputo geral foi um mau sorteio, pois será tremendamente dificil chegar aos oitavos de final da Liga dos Campeões. Mas há aspectos positivos que convinha reter nesta fase.
Desde o clube que nos calhou do pote 1. A Juventus é um dos tubarões europeus, sem dúvida. Mas não é um tubarãozão como o Real Madrid, Bayer de Munich ou o Barcelona de outras épocas (já lá vamos ao Barcelona). A "Velha Senhora" já foi em tempos mais poderosa do que hoje, um pouco à imagem do futebol italiano. Mas tem feito um trabalho de recuperação notável a nível interno, o que se reflecte nas competições europeias. A final da última edição da competição é a prova de que o clube está em crescendo. Mas ainda não está no topo dos clubes europeus. Não deixando de ser complicado, até pelo mau historial do Sporting com equipas italianas, não era o pior adversário possível.
Do pote 2 caiu-nos o Barcelona. Este sim, um tubarãozão. Era, junto com o PSG, do pior que poderia sair daquele pote. Não vale a pena referir tudo o que de mau advém de nos ter tocado este adversário. Vale a pena sim referir que provavelmente este será o pior Barcelona dos últimos anos, logo aqui até podemos reivindicar alguma "sortezinha". O Barça entrou mal na época, sendo batido pelo seu rival de Madrid na Supertaça. Mas sim, estamos a falar de dois jogos contra a actual melhor equipa do mundo. E da mesma forma que na semana passada eu disse que o Sporting não tinha estofo de Champions, também daqui a um mês, quando recebermos o Barcelona, podemos já apanhar o velho super-Barça do costume. 
Do pote 3 saiu-nos o Olympiakos da Grécia. Equipa que tem dominado o futebol daquele país, o Olympiakos será, à partida, o nosso principal rival na luta pelo 3.º lugar do grupo D. Aqui tivemos alguma sorte, pois evitámos equipas graúdas dos melhores campeonatos europeus. O Olympiakos é uma equipa aguerrida e as equipas gregas são terríveis sobretudo nos jogos em casa. Aqui sem dúvida que teremos que nos impor ao campeão grego, se queremos voltar a ter projecção internacional. Não será a nossa prova de fogo, mas será um marco importante a ultrapassar.
Outro aspecto positivo do sorteio é que calharam-nos equipas mediterrânicas no grupo. Evitamos assim longas deslocações à Europa Central e do Leste, especialmente em alturas de frio. O mais longe que teremos que ir é à Grécia, umas 3 horas de viagem. A viagem a Turim, talvez a mais fria das cidades onde teremos que ir, é em meados de Outubro, portanto ainda longe do Inverno alpino.
Quanto à cadência das jornadas, entramos logo no difícil ambiente do estádio do Olympiakos, onde teremos logo pela frente um bom teste às nossas capacidades. Um bom resultado na Grécia logo na primeira jornada, permitia-nos ganhar algum ascendente sobre o nosso principal concorrente dentro do grupo, além de moral para jogar contra Juventus e Barcelona. Preferia jogar primeiro em casa com a Juventus e fora com o Barcelona. A ordem é a inversa e só espero que no dia 27 de Setembro os catalães cheguem atordoados a Alvalade por um mau inicio de época em Espanha. Se isso acontecer, então acho legítimo os sportinguistas sonharem...
No dia 5 de Dezembro encerramos a fase de grupos em Barcelona. Espero que por essa altura já tenhamos o apuramento para a Liga Europa assegurado e, quem sabe, uma réstia de esperança para chegarmos aos oitavos da Liga dos Campeões. E esta esperança ainda houver, que nesse dia entremos em campo dispostos a vingar aquela eliminatória da Taça UEFA em 1986/87, ingloriamente perdida.
Como disse o nosso treinador, que os jogadores agora desfrutem a sua presença na fase de grupos da Liga dos Campeões, e que se inspirem para fazer coisas bonitas. E alegrias para nós! 

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