terça-feira, 12 de junho de 2018

Punhadela nas costas

Ontem os sportinguistas sofreram uma punhadela nas costas.
Todos nós que defendemos a atitude irrefelectida de Gelson quando por amizade com Rúben Semedo se auto-excluiu do clássico do Dragão. Quem cantava a música dos AC/DC cada vez que Bas Dost marcava um golo. Quem defendia "sir" William cada vez que rabolhos e andrades vinham com a conversa de que "Ah e tal, William a tartaruga" ou "o Danilo é melhor". Quem viu num jovem desconhecido acabado de chegar de Itália talento suficiente para ser nosso titular, enquanto comentadores e jornaleiros desportivos criticavam o valor excessivo pago por um jogador da Sampdória. Juntemos a história de um "frangueiro" sempre acarinhado em Alvalade e de um rapaz que jogava com as nossas cores desde os seus 10 anos. 
Soco no estômago, punhadela nas costas, tiro na cabeça... chamem-lhe de tudo. Certo é que ontem foi mais uma de muitas noites perdidas de sono, tal o sobressalto que o Sporting me prega nestes últimos tempos. Longe vão os tempos em que tal acontecia por um mau resultado, como o empate em Setúbal. Hoje acontece porque já não reconheço o meu clube. Não reconheço quem o dirige e quem o representa no relvado. Não reconheço porque não tiveram à altura da importância das decisões a ser tomadas. E porque cagaram de alto naquela que deveria ser a sua maior prioridade: os sportinguistas.
Romanticamente, apetecia-me mandar tudo para a valente p*ta que os pariu. O presidente, que insiste no seu exercício suicida de autismo e negação da realidade, sem a mínima capacidade de fazer uma simples gestão de danos. A direcção que o acompanha, que permite com o seu silêncio o caos onde o presidente se afunda. Os jogadores, que ainda há semanas diziam "ser Sporting" e davam voltas olímpicas ao estádio, que fogem do barco sem dizer um adeus a quem ontem lhes batia palmas. Mas a realidade não é assim. Há uma dinâmica de compromisso entre adeptos e clube que entretanto se esfumaçou. Há uma equipa que, com mais ou menos rescisões, precisa de alguém minimamente competente que a treine, sabendo que neste momento é mais fácil viver na Terra de Ninguém entre as Coreias do que treinar em Alvalade. E depois há um presidente e uma direcção que desperdiçaram nos últimos dias todo um capital de confiança acumulado desde 2013. Um presidente cuja única forma de "negociar" é pedir o tudo ou nada, nem que tal implique afundar um clube na incerta esperança que o consiga reerguer "à sua imagem". Mesmo o próprio universo de sportinguistas está hoje profundamente dividido e extremado no caminho que temos de percorrer. Leio com espanto e consternação os comentários que muitos publicam, onde se prontificam para seguir com o seu líder em toda a velocidade em direcção à parede. Muitos nem se coíbem de dizer que preferem o Sporting nas distritais a ter de jogar com "mercenários" no seu plantel. Não foi para fugir às distritais, para onde seriamos remetidos em caso de falência da SAD, que em 2013 votámos todos em Bruno de Carvalho?
Se quem ainda está no Sporting tem um mínimo de amor ao clube, por favor façam uma coisa simples como esta: devolvam a palavra aos sócios do Sporting. Sem rodriguinhos, segundas intenções ou outro tipo de subterfúgios sonsos. Deixem-nos a nós, sócios do Sporting, decidir. 
Devolvam o Sporting aos sócios.

6 comentários:

  1. Com a devida vénia ao leão António de Almeida que publicou este esclarecimento no dia 11/6.
    Bruno de Carvalho 182.751,43 €/ano, Carlos Fernando Godinho Vieira 133.751.43 €/ano, Rui Pereira Caeiro 133.751,43 €/ano Guilherme 87.751,39 €/ano

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  2. Nem todos são Ratos! Temos Leões! Basta olhar para os atletas das modalidades para nos encher a alma sportinguista. Se o barco está à deriva, é apontar para esse farol e melhores dias virão.

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  3. Os que ficarem, os que vierem, esses sim terão o apoio incondicional, porque aposto que até podemos perder mas vão dar tudo para ganhar, e foi sempre só isso que pedimos. Com vermes também não ganhámos e pelo menos eu chegava ao fim com a sensação que não deram tudo. Sempre elogiei o discurso do Sérgio Conceição quando perdeu: levantar a cabeça? Não! Agora baixamos a cabeça porque queríamos ganhar e estamos frustados. Claro que que todos querem ganhar mas quero jogadores que no fim não "durmam", não quero jogadores a "dizer" a "pensar" para a próxima é que ganhamos este já passou paciência. Não, quero verdadeiramente frustrados tristes por não ganharem!

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  4. "Devolvam a palavra aos sócios" . Simples e a solução está nos Estatutos do Clube, artigo 51, nº 1, al. f) que cito: por requerimento de sócios efetivos, no pleno gozo dos seus direitos, com o mínimo de mil votos…. Será assim tão difícil reunir este número de votos? Para quê tanto circo? Porque esperam?

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