sábado, 3 de março de 2018

Day After

Já não tenho grande paciência para vitórias morais, pois os últimos anos levaram-me a esperar muito mais dos nossos jogos. Mesmo estes jogos grandes encaro-os como perfeitamente acessíveis e já não com aquele pânico que sentia há 5 ou 6 anos atrás.
Apesar de tudo, face às condicionantes de uma equipa privada de dois dos seus melhores jogadores, acabámos por fazer o jogo possível, o que nesta altura significa um jogo competente, vertical, sempre em procura de outro resultado que não aquele com que acabou. Numa semana em que todo o país esperava que fossemos trucidados no Dragão, "sportinguistas" incluídos, acabámos por deixar uma imagem bem diferente da que era anunciada. Mas na prática, salvo alguma moral que a equipa pode retirar deste jogo para embates futuros, o resultado é o mesmo que ficaria se fossemos cilindrados: o adeus à possibilidade de sermos campeões esta época. 
Esperava que no inicio de Março estivéssemos mais por dentro da luta pelo título, à semelhança do que aconteceu em 2015/16, até porque este plantel dava-me garantias para tal. Daí que hoje sinta uma tremenda azia, ao pensar que somaremos mais um ano ao jejum de campeonatos que se arrasta desde 2002. Azia essa que fica mais agravada quando vejo que boa parte do campeonato (sete pontos) foi perdido contra equipas que hoje ocupam os três últimos lugares da tabela. Equipas que deveriam ter sido goleadas por nós sem precisarmos de oferecer malas. Ao fim de mais de duas épocas de JJ à frente do Sporting, vejo que continuamos a falhar onde é proibido. Só para termos uma ideia, ontem jogámos sem os mesmos jogadores que não jogaram no Estoril: Gelson e Bas Dost. Comparemos a exibição num e noutro jogo. É aqui que continuamos a perder os campeonatos.
Mas ao contrário do ano passado, onde por esta altura já só andávamos a cumprir calendário, ainda temos muito para fazer até ao fim da presente época. Temos um segundo lugar para alcançar, uma taça de Portugal para conquistar e uma Liga Europa para fazer uns brilharetes. A luta pelo segundo lugar não se adivinha fácil, pois parece óbvio que benfica (até como certamente o porto) só poderá perder pontos nos clássicos. Isso obrigar-nos-ia a um resto de segunda volta igualmente exemplar, só com vitórias. Os jogos que faltam incluem deslocações complicadas como a Chaves, Braga, Belém ou Portimão. Já para a taça de Portugal temos a vantagem de jogar a 2.ª mão da meia-final no nosso estádio, para revertermos o resultado do Dragão com o apoio do nosso público. Na Liga Europa, se cumprirmos a obrigação de eliminar o Pilzen, abrem-se as portas do sonho. E como JJ disse em tempos, a partir dos quartos-de-final vale a pena investir na competição, pois os clubes apurados são já de um patamar competitivo superior, pelo que as vitórias significarão mais prestígio para quem as alcança.
É certo que a derrota do clássico aguça esta nossa crise de títulos de campeão. É também certo que, confirmando-se este afastamento prematuro da luta pelo título, esta época ficará àquem das expectativas. Mas ainda podemos transformá-la em algo de positivo ou de "menos má". Jorge Jesus tem agora a palavra, mostrando se é capaz de motivar o balneário para o que falta da época, falhado que parece estar o principal objectivo.

1 comentário:

  1. A conquista da Taça de Portugal e o apuramente de pelo menos mais uma eliminatória na Europa League iria reduzir um pouco a frustação quanto ao Campeonato. A conquista da Taça da Liga, da Taça de Portugal e uma prestação razoável na Europa League salvaria em parte a época, no pressuposto que manteríamos pelo menos o 3º lugar no Campeonato. Mas só temos 4 pontos acima do Braga e temos jogos difícies, como as deslocações a Chaves, ao Braga, ao Portimonense e a receção do Benfica. Se vencermos o Benfica ainda podemos sonhar com o 2º lugar, mas, se perdermos com o Benfica e com o Braga podemos cair para o 4º lugar, o que seria péssimo.

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