quarta-feira, 28 de março de 2018

Como transformar o chico-esperto da Britalar em vítima de BdC

No próximo fim de semana teremos um dos jogos mais importantes até ao final da temporada. Não que nesta fase possamos dizer que este ou aquele jogo são de importãncia reduzida, não. Até à 34.ª jornada temos de encarar todos os jogos como finais, pois são todos para vencer. Mas o próximo é especial.
Em primeiro lugar, uma vitória em Braga deixa o benfica C praticamente afastado da luta pelo 3.º lugar. Em segundo lugar, sendo o jogo mais perigoso até defrontarmos o benfica em nossa casa, uma vitória deixa-nos o 2.º lugar à nossa mercê. Em vésperas de benfica-porto, os lampiões entrariam em campo no clássico pressionados, pois um mau resultado teria impacto duplo, quer nas aspirações ao título, quer na luta pela segunda posição. Em terceiro lugar, mas não menos importante, uma vitória em Braga dá-nos alguma margem para sonhar. O porto terá uma deslocação a Belém que se pode vir a revelar complicada. Uma vitória em Braga, conjugada por uma perda de pontos do líder, deixaria-nos novamente na luta pelo título, pelo menos até ao desfecho do benfica-porto. É uma equação com muitas variantes, onde até pode entrar a esperança de Peseiro ir sacar uma gracinha na Luz. Façamos o nosso trabalho, que é o de bater o benfica C, e esperemos que a sorte nos sorria...
Enquanto isso, por Alvalade, as coisas vão seguindo o seu ritmo habitual. Bruno de Carvalho patrocinou a abertura de uma loja verde no coração turístico de Lisboa, numa iniciativa que só peca por tardia. O vandalismo que a loja sofreu logo na primeira noite revela o quanto é hipócrita aquela aquela velha máxima de que "em Portugal só existem dois clubes, o benfica e o anti-benfica". Pelo caminho, Bruno arrasou novamente o califa do Estado Lampiânico, que dias antes atirara para o ar uma mão cheia de areia, na esperança que a sua retórica de "vendedor da banha da cobra" afastasse os holofotes mediáticos do toupeiral de Carnide.
O problema de Bruno de Carvalho, que patologicamente parece incurável, é que fica de tal modo entusiasmado quando acerta no cravo, que no meio da euforia manda mais uma martelada na ferrradura. A recente "guerrinha" com o benfica C é um bom exemplo disso. Salvador, tal como um bom moço de recados ou cão fiel ao seu dono, lá se prestou a fazer mais um favor à mão que o afaga, e vai de criar uma telenovela em torno de tranches não pagas, relativas à transferência de Bataglia. O móbil era de tal forma evidente - fazer um frete ao gabinete anti-paródia do EL, criando uma diversão ao #BenficaGate - que inicialmente não terá havido sportinguista que tenha levado a sério a acusação bracarense. A resposta dada uns dias depois, de que afinal o braga tinha uma dívida mais antiga por saldar com o Sporting, era mais do que suficiente para encerrar um assunto sem assunto nenhum. Pagar a tranche ao braga, descontando as dívidas passadas e as futuras que iriam ter com o Sporting, sendo questionável em matéria de relação entre duas entidades adultas e de respeito, também foi uma forma paternalista de encarar a coisa. Lembram aqueles pais, que para ensinar os filhos a não gastar mais do que tem, lhes descontam na mesada aqueles euritos que lhes emprestaram no ano passado. Foi um modo paternal do Sporting dizer ao braga de que "não andamos aqui a dormir" e que as dívidas são para ser pagas a tempo e horas. O comunicado do braga lembra aqueles miúdos lá da rua, que na sexta-feira iam fanfarrões lá para casa porque iam receber "umas massas" para gastar no fim de semana, mas que acabam no café a chorar porque afinal os papás são mauzões e só lhe deram "uns pauzitos". A história era de tal forma evidente que até parecia uma parábola bíblica, daquelas com moral no fim, tipo "paga o que deves e não inventes". No entanto, Bruno de Carvalho achou que a moral da história não era humilhante o suficiente para o chico-esperto da Britalar, e vai de metralhar a personagem com insultos. De repente, o que era um jogo de futebol que nos poderia abrir as portas do mundo dos sonhos, transformou-se numa prova de orgulho ferido para o nosso adversário. Junte-se a isto a folga que a comunicação social está por estes dias a dar ao #benficagate. E temos mais um jogo contra toda a adversidade do mundo. 
O porto, dos velhos tempos do Sistema, tinha a irritante característica de se transfigurar perante adversidades semelhantes. Quando atacados no seu orgulho (lembro-me das campanhas de Santana Lopes ou Dias da Cunha contra o porto), os seus jogadores transformavam-se em feras quando entravam em campo, além de outros expedientes a que recorriam quando só a ferocidade da equipa não chegava. Infelizmente a nossa equipa ainda não atingiu aquele ponto de "orgulho ferido" que caracterizou o porto dos anos 90, nem possui os expedientes alternativos proporcionados pelo Sistema. Daí que o nosso próximo jogo seja duplamente perigoso: primeiro, porque é contra um bom adversário, que gosta de jogar bem contra nós. Depois, porque mais do que nunca irão querer ganhar este jogo. Não vão ser só três pontos em disputa, mas também o orgulho. Espero que os nossos jogadores, quando entrarem em campo no sábado, estejam bem cientes disso.

1 comentário:

  1. Que se mantenha a tradição do *Peseiro, jogar como nunca perder como sempre

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