sábado, 2 de setembro de 2017

O Al-Carnidão volta ao ataque: o mercado de Agosto

Todos estarão recordados da feliz expressão que o grande sportinguista José de Pina inventou para a cartilha, o "Al-Carnidão". Pois bem, depois de algumas semanas escondido, eis que o Al-Carnidão nos volta a entrar pelas nossas casas, entoado até à exaustão. E desta vez os seus argumentos são tão absurdos e tão ridículos, que chega a ser doentio. Nem os benfiquistas mais sérios acreditam no que lhes tentam impingir, tal é a desfaçatez da narrativa inventada. E eu já vi a reacção de muitos nas redes sociais. 
Tudo começou com os últimos dias do mercado de verão. Basicamente os três clubes grandes de Portugal tiveram a seguinte prestação:
Clube X: Vendeu 4 dos seus titulares da época passada: o guarda-redes, o defesa direito, um defesa central e um avançado. Nenhum dos seus substitutos parece estar à altura de quem saiu, excepção feita de quem chegou para ponta-de-lança. Fez muito dinheiro com as vendas, é certo, mas o investimento no plantel ficou muito à quem desse valor recebido.
Clube Y: Vendeu vários jogadores, dos quais só um é que costumava ser titular: o ponta-de-lança. Substituiu-o no plantel por outros avançados que estavam emprestados e que tem vindo a fazer um bom inicio de campeonato. Compraram um guarda-redes, que deverá ser suplente.
Clube Z: Vendeu 4 jogadores que eram titulares: um defesa central, dois laterais e um centro-campista, que também era o seu capitão de equipa. Para os seus lugares chegaram jogadores que são actualmente titulares indiscutíveis, estando a equipa a jogar melhor futebol que no ano anterior. O investimento foi forte mas é compensado pelos ganhos em vendas.
Olhando para os três clubes, o X parece ter feito o melhor mercado, pelo menos em dinheiro. No entanto a qualidade do plantel formado parece, até agora, inferior ao que tinha antes. O clube Y mantêm a sua base, fazendo da estabilidade a sua grande arma. O clube Z perdeu o seu capitão, mas ganhou melhores jogadores para posições deficitárias no seu plantel, inclusivamente a posição onde estava o capitão de equipa. Os clubes X,Y e Z são perfeitamente identificáveis. Como também é perfeitamente identificável que dos três, foi o clube X quem ficou mais a perder neste mercado em qualidade. Como para o Estado Lampiânico é impensável o seu clube ficar atrás do que quer que fosse, urgia olear a sua máquina propagandista para distorcer a realidade, vendendo a ilusão de que o clube X tinha, afinal, sido o grande triunfador do mercado. E o clube Z o grande derrotado.
O Estado Lampiânico há muito que definiu o Sporting como alvo a abater. Quer pelo facto do nosso presidente ser muito crítico sobre a sua actuação, quer porque o EL ainda não se sente muito à vontade para atacar o Sistema. É um pouco como aquele fanfarrão lá da rua, que tendo medo do matulão do tamanho dele, tenta virar-se contra outro alvo mais vulnerável. É certo que a vulnerabilidade do Sporting já não é a mesma de há 3 ou 4 anos, mas ainda não estamos no patamar do porto. Temos conseguido e aprendido a defender melhor. Mas ainda somos o alvo. Resta-nos a consolação de que os ataques que nos fazem são cada vez mais ridículos e absurdos.
Escrevi aqui, algures no final da época passada, de que precisávamos de uma estrutura mais competente para o nosso futebol profissional, de modo a conseguirmos implementar uma política de contratações diferente dos últimos anos. O nosso scouting era o calcanhar de Aquiles da direcção de Bruno de Carvalho, pois eram poucas as nossas contratações que se conseguiam impor na equipa principal, com qualidade acrescida. Este ano assistimos precisamente ao contrário das últimas épocas, pois de quem entrou, poucos não se tornaram titulares de imediato. Com a agravante de que a qualidade da equipa e do futebol praticado subiu face aos últimos anos. Sem comparar com os nossos adversários, esta constatação bastaria, por si só, para reconhecer o bom mercado de verão do nosso clube.
Em relação a vendas, saíram 3 titulares cujo rendimento não parecia condizente com aquilo que queríamos para a equipa. Marvin, Schelotto e Rúben Semedo foram bem vendidos, rendendo quase 20 milhões em vendas. A quarta saída (a efectivar-se) será a mais importante do ponto de vista desportivo. Adrien Silva, além de capitão, era o dínamo do nosso meio-campo nestas últimas épocas, bem como da selecção campeã da Europa. Mas depois da novela da época passada, e atendendo à idade do jogador, era uma saída mais do que esperada. E pode-se dizer que a SAD tratou e bem de colmatar a sua saída, contratando um jovem promissor jogador, Bruno Fernandes, e o raçudo Battaglia. E veremos se a partir de agora, Matheus Oliveira não terá mais chances de mostrar o seu valor a JJ. Quanto a William, sobre quem cheguei a escrever um requiem em tom de despedida, a sua permanência é sem dúvida alguma uma mais valia para a nossa equipa. O West Ham era demasiado pequeno para a sua categoria, mas acredito que os ingleses lhe tenham acenado com um ordenado milionário, daqueles de dar a volta à cabeça, apostando mais em pôr o jogador a forçar a sua saída do que propriamente em discutir seriamente a sua compra com o Sporting. Esta forma de negociar já funcionou em tempos com o Sporting, basta-nos lembrar de João Moutinho. Mas agora já não é assim. William ficou, será o nosso capitão, e merece um trabalho específico para recuperar anímica e moralmente do mercado. E acredito que a nossa estrutura de futebol estará à altura de o fazer.
Este foi o mercado que tivemos, em termos genéricos positivos. Mas será que o Al-Carnidão dirá o mesmo sobre ele? Claro que não. Uma das nossas melhores contratações afinal tinha sido oferecida e recusada pelo benfica, que agora sim, vai apostar a sério na formação!!! Gabigol preferiu o benfica ao Sporting, porque o benfica é grande e não porque estes lhe vão pagar 40% do seu milionário ordenado. Jimenez não saiu e Garay e Gaitan não vieram porque o benfica não quis. Mitroglou não saía por 25 M€ mas saiu por 15€ (mais um pouco e Gabigol sairia tão caro como o grego). William, que afinal já era um trinco de classe mundial, é agora vítima de escravatura, pois o Sporting cortou-lhe as pernas. Até com Schelotto foram embirrar...
Mas isto não ficará por aqui. Nos próximos dias aposto que o presidente do West Ham continuará a ter tempo de antena para ir despejando as suas alarvidades. E não me admirava nada de que o pai do Gelson Martins viesse dar uma entrevista ou que se viesse a descobrir que o Sporting proibiu Acuña de treinar em Alcochete com cuecas vermelhas. Enquanto isso Eliseu continuará a espalhar classe pelos relvados, Vasco Santos apitará mais uns jogos e Gabigol será o novo fenómeno do futebol mundial, depois de Renato Sanches.

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