quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Deixem-me sonhar!

Hoje é daqueles dias para desfrutar do melhor futebol europeu.
Antes da grande seca de participações na Liga dos Campeões, o último grande jogo que vi em Alvalade havia sido uma eliminatória para os oitavos de final da prova, quando recebemos o Bayern de Munique. Ainda jogavam Polga, Derlei ou Liedson. O Rui Patrício já era o nosso guarda-redes titular. Yannick Djaló era a nossa arma secreta e ainda jogou na segunda parte. Apesar do bom inicio de jogo, assim que sofremos o primeiro golo acabámos por desmotivar e perdemos por 0-4. Depois disso tivémos de esperar uns bons 6 anos para voltar a ver um colosso europeu em Alvalade, para a LC (o Manchester City e o Atlético de Madrid passaram por cá, mas para a Liga Europa). Em 2014 veio o Chelsea de José Mourinho. Perdemos por 1-0, Rui Patrício fez uma exibição fenomenal, e a equipa não nos envergonhou. Dois anos depois, outro colosso. O Real Madrid do nosso Ronaldo. Outra derrota, mas novamente com uma exibição satisfatória da nossa parte.
Quando em 2013 acabámos em sétimo lugar, arredado das competições europeias, muitos talvez duvidassem que voltássemos a ver equipas campeãs europeias em Alvalade. Esta é a terceira vez em quatro épocas em que conseguimos estar perto dos grandes. E se ainda tardam os bons resultados no nosso estádio frente aos colossos, as exibições que temos vindo a fazer contra esses clubes dão-nos a esperança de que um resultado positivo poderá estar para breve. Será hoje?
Hoje espero do meu Sporting a mesma atitude que teve contra o Chelsea há três anos ou contra o Real Madrid no ano passado: entrar em campo sem medo do adversário, com vontade em vencer o jogo, sem olhar à sonância dos onze nomes que estão do outro lado. Voltarmos a ver noites europeias como aquela nos anos 80 onde ganhámos 2-1 a este mesmo Barcelona, a meia-final da UEFA em que pouco faltou para derrotarmos o Inter ou aquela eliminatória em Alvalade onde estivémos a centímetros de eliminar o Real Madrid (ainda hoje não consigo esquecer o olhar do Cadete a ver a bola a passar-lhe à frente, em cima da linha de golo). 
Sei que a derrota é quase certa, mas também sei que deste lado há uma equipa com muita vontade de triunfar, uma massa adepta desejosa em ver um grande jogo com os melhores da Europa, empolgada para puxar pelo seu clube naquele que é o palco de todos os nossos sonhos.
Hoje é o dia de parafrasearmos aquela célebre frase de José Torres, antes do nosso apuramento para o mundial de 1986 no México: "Deixem-nos sonhar!". A realidade, essa, pode esperar até ao jogo contra o porto.

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