terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Como é que ao fim de quatro anos ainda nos deixamos surpreender em Tondela?

O jogo de ontem em Tondela trouxe-me à memória aquele velho Sporting, que muitos julgavam já morto e enterrado, incapaz de marcar mais de um golo contra uma equipa que luta pela manutenção, mesmo tendo a vantagem de jogar mais de meia-hora em superioridade numérica. E como foi que chegámos a este ponto de retrocesso?
Vários factores contribuíram para o desastre. Em primeiro lugar, a preparação do jogo. Ainda não sei porque motivo Jovane Cabral ficou de fora dos convocados, nem qual foi a razão de não ter chamado Luiz Phillype como segunda opção para o ataque. Além destes equívocos cuja responsabilidade só pode ser assacada a Keizer, descurou-se novamente outro aspecto que eu considero fulcral: o completo ignorar de que estes jogos são "diferentes". Qualquer adepto do Sporting sabe que o Tondela esfarrapa-se todo nos jogos contra nós. Qualquer adepto do Sporting deseja que nestes de jogos a equipa entre em campo raivosa e de orgulho ferido. Quatro épocas depois, continuamos a dar o flanco e a surpreendermo-nos com a forma como os tondelenses jogam contra nós. É demais, estou farto desta sina. Keizer pode ter a desculpa de ter chegado há pouco tempo e não conhecer estes minudências do futebol tuga mas, caramba, os jogadores que todas as épocas sabem como estas equipas se transfiguram contra nós, bem como os dirigentes, tão sportinguistas como nós, não tinham obrigação de preparar a sério este tipo de jogos?
Depois foi o desenrolar da partida. Como li por aí algures, não é possível esperar que a nossa equipa se superiorize ao Tondela quando temos jogadores no nosso plantel que estão ao nível de jogadores do Tondela. Bruno Gaspar não passa de uma cópia sombreada de Schelotto, Gudelj está ao nível de Zapater, Diaby tem momentos no jogo que fariam Djaló parecer um fora de série. Wendel não dá para mais do que uma promessa de jogador. Coates e Mathieu não conseguem fechar as brechas que se abrem nas alas e no meio-campo, acusando ao longo dos jogos demasiados momentos de desconcentração. A inspiração de Bruno Fernandes, Bas Dost, Acuña, Raphinha ou Jovane até pode chegar para mais de metade das equipas da Liga, mas é claramente insuficiente para algo mais do que o terceiro ou quarto lugar. 
No final do jogo, a cereja no topo do bolo: o tempo de desconto rídículo e o cartão amarelo a Acuña. Ano após ano, continuamos a enxovalhados pelas manigâncias destes árbitros.
Não quero começar já o discurso do "para o ano há mais", pelo menos antes de jogar com o porto em casa. Contudo, sou levado a admitir que vencer o actual líder será uma tarefa hercúlea, quase milagrosa. Resta-nos concluir a época da melhor forma possível (temos ainda mais três competições para disputar), mas começando a delinear com seriedade o que queremos destes jogadores nos próximos tempos.

1 comentário:

  1. toda a gente sabe menos os varandetes e este treinador , que aos 50 anos tem seis meses de treinador de 1ª divisão , ainda para mais na holanda .

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