terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Os cínicos, o sonso e os infelizes

Se hoje à noite o Sporting conseguir fazer um brilharete, como ganhar em Barcelona, quiçá ajudado por um empate ou derrota da Juventus na Grécia, espero que finalmente os sportinguistas compreendam o que se passou no jogo contra o Belenenses.
Já o escrevi aqui várias vezes que o plantel do Sporting, não sendo curto, também não é folgado o suficiente para se lutar de igual modo nos jogos do campeonato como na Liga dos Campeões. É preciso saber fazer escolhas, e estas passam basicamente por fazer jogos de grande intensidade no nosso campeonato e relegando a CL para um segundo plano, ou então ser pragmático nos jogos dentro de portas e conseguir gerir a fadiga e repartição de esforço entre ambas as competições. E mais do que ser pragmáticos, o Sporting tem sido uma equipa cínica. Em Paços de Ferreira e em casa contra o Belenenses foi assim. Jogou o quanto baste para marcar um ou mais golos e defendeu o suficiente para evitar sobressaltos de última hora. Foi um upgrade em relação a Moreira de Cónegos, onde não entrámos bem e tivemos de correr atrás do prejuízo. Contra o Braga tentou-se fazer o mesmo, mas este tipo de jogo não funciona contra equipas que tenham argumentos que lhe permitam fazer um pressing final, como o Braga fez em Alvalade mas Paços e Belém não conseguiram.
O cinismo deste último jogo ficou patente numa forma fria de jogar, quase de troça para com o adversário, como que permitindo que este tivesse bola mas raramente se aproximasse da área, ao mesmo tempo que adiávamos a estucada final em rápidos contra-ataques (Brian Ruiz, que pé frio!!!). Não é bonito, não é vistoso. Mas é eficaz. E se há coisa que nos tem faltado nos últimos anos é eficácia. Esperemos que o cinismo não descambe em arrogância.
No outro jogo, por sinal o jogo grande da jornada, os mortos-vivos conseguiram a incrível proeza de não perder um jogo onde o adversário teve umas 3 ou 4 oportunidades de golo em frente à baliza. Arbitragens à parte, quando uma equipa leva um tal baile de bola como levou na sexta-feira, em linha com as constantes exibições pardacentas que vem demonstrando, salvo aqueles jogos contra os "amigos" do costume, vir gritar aos sete ventos que "estamos vivos!", só pode ser anedota. Estão vivos, realmente, mas ligados à máquina que os tem amparado nos últimos anos. O treinador dos mortos-vivos, no seu típico exercício de sonsice, lá lançou aquela série de lugares-comuns que no futebol se utiliza, evitando dizer que aquele resultado foi "uma vaca do caraças" ou "um azar do Marega". Vendo a exibição e o resultado final do clássico, lembrei-me daquele sportinguista que costuma beber café lá na tasca, que ainda há dias me disse que o grande candidato a ser campeão é o Benfica. E hoje não podia estar mais de acordo com ele. Eu já vi este filme várias vezes: uma equipa banal, que joga um futebol sofrível, que é "empurrada" em vários jogos, seja pela arbitragem ou pelos "amigos" que jogam do outro lado, que quando está prestes a sofrer a estucada final (como em Guimarães há duas épocas, lembram-se???) tem um "anjo protector" a ampará-la, tem tudo para se continuar a arrastar. E onde os outros naturalmente tropeçam, pois os seres vivos são mesmo assim, tropeçam de vez em quando, os mortos-vivos lá passam a arrastar os pés, ou a ser arrastados, perante a sonsice do seu treinador que se gaba de ter uma equipa onde, afinal, ainda estão todos vivos.
Por fim os infelizes. Super equipa anunciada para o campeonato, treinada por um treinador que vinha para renascer a mística de outros tempos, o porto lá vai coleccionando uma série de vitórias morais. Fora a questão do plantel curto, que mais cedo ou mais tarde rebentará nas mãos do treinador, fica patente a incapacidade de dominar nos jogos mais importantes. Falhou em casa com o Besiktas. Em Alvalade, perante um Sporting cansado e completamente estoirado, não conseguiu ganhar. Contra os mortos-vivos de Carnide, a mesma coisa. Esta incapacidade de vingar nos jogos mais importantes demonstra que a tal "mística" portista ainda está muito adormecida. E deixem o Sérgio Conceição continuar a fazer a sua gestão de plantel. Uma coisa é tirar o Casillas da titularidade quando se vai à frente isolado. Outra, é tirar o Aboubakar quanto se tem de ganhar ao benfica. Ou continuar a tirar titulares quando não se está a ganhar jogos. Veremos como Sérgio se dá com a adversidade. Para já, nada de novo: insultos à arbitragem. Realmente o Bruno deu cabo disto tudo!!!
Agora deixem-me fechar os olhos e pensar naquela velha máxima bom gigante José Torres: Deixem-me sonhar com o Sporting nos oitavos da CL!!!! 

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