quinta-feira, 9 de março de 2017

Rescaldo das eleições III - A Bardamerda

Momento escusado para uns, corolário da vitória para outros, as opiniões sobre o "Bardamerda para quem não é do Sporting" dividem mais os sportinguistas do que a escolha do novo presidente.
Para que fique claro, eu não sou fã deste tipo de discursos, em linha com a conversa das nádegas. Tenho a opinião que Bruno de Carvalho é uma pessoa que gosta de ser sarcástica e irónica. Costuma-se dizer que o sarcasmo é um traço de personalidade inteligente. Não sei se é verdade ou não, mas como eu também gosto de utilizar sarcasmos, sei por experiência própria que é fácil incorrermos em mal-entendidos. Se é porque os nossos interlocutores são menos inteligentes, se é porque na verdade somos umas bestas arrogantes, não sei. O que sei é que aprendi ao longo da vida a ser sarcástico só com pessoas que me conhecem o suficiente para saber quando é que estou a falar a sério ou estou a gozar. Ou quando estou irritado com algo.
Ora, uma coisa é este reles boneco de cinema incorrer em mal entendidos, outra coisa é o Presidente do Sporting. E quais foram os mal-entendidos que daqui ocorreram? Desde logo a conversa xoninhas daquele lampião ou andrade, que com um ar muito casto diz-nos ofendidos que o nosso presidente mandou-o a ele, à sua mulher, à sogra, aos filhos e ao canário - são todos benfiquistas - à bardamerda. Ou seja, o Bruno subiu ao palco, pensou em 7 milhões de pessoas, e mandou-as para a banda de lá. Um estupidez, portanto. Outro mal-entendido daqui criado é que o Presidente do Sporting é um mal-educado. Trata todos mal, desde o presidente do FCP, ao Sr. velhinho do Arouca, à malta daquela discoteca madeirense que foi lá falar como ele, ao Marco Silva, à ex-mulher, etc. Só faltava agora ser mal-educado para 2/3 do país. Quanto até o Paulo Pereira Cristóvão já lhe quer dar lições de bom comportamento, por aqui me fico.
Se Bruno de Carvalho não tivesse recorrido ao sarcasmo ou ironia para o discurso da vitória de 4 de Março, teria dito algo assim parecido: toda a gente veio meter o bedelho (ui, ofensivo!!!) nas eleições do Sporting, mandar palpites e até sondagens aos adeptos dos nossos rivais fizeram. Pois bem, agora enfiem o rabinho entre as pernas (huummm, demasiado ofensivo???) e ide pregar para outro lado. Deixem-nos em paz, o Sporting é nosso, dos sportinguistas!!! Xô galinhas (mais ofensas???), lá para dentro!!!
As pazadas de areia para os olhos dos sportinguistas já começaram a ser mandadas, como sempre pelos imparciais e impolutos jornalistas. Como seria de esperar, reduziram todo o acto eleitoral ao discurso da vitória, não se coibindo inclusivamente de tecer considerações morais sobre BdC.
Há algo de Trumpiano nesta vitória eleitoral de Bruno de Carvalho. À semelhança da eleição americana, também a vitória esmagadora do Bruno foi contra todas as previsões, presságios e anseios da classe jornalística. O que está aqui em causa não é se o Bruno é igual ao Trump, mas sim que eles - os jornalistas - já não tem o poder de moldar as opiniões com dantes. Já não são levados a sério. Preferimos ler o Mister do Café ou o Artista do Dia às patranhas do Jornal de Negócios ou da imprensa desportiva. E é isso que eles não perdoam. E é por isso que eles nos odeiam.  
Bruno, a malta percebeu muito bem o que é que se andou a passar por aqui nestes últimos quatro anos, por isso é que demos aquela monumental chapada de luva branca no dia 4 de Março. Não era preciso tu mandares ninguém à bardamerda, pois nós já tínhamos feito isso por ti horas antes. Não dês mais motivos àqueles jornalistas de cadeira e copy/past para falarem mais de nós. Da próxima vez basta que nos olhes nos olhos e sorrias. Nós iremos perceber e tu perceberás que nós percebemos. E olha, lê o que escreveu o Captomente e mais nada!

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