segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Ver o Campeonato por um canudo

Se ontem aos 70 minutos me dissessem o que iria acontecer nos 25 seguintes, não iria acreditar. Mas depois lembrava-me que isto é o Sporting e provavelmente aceitaria a profecia como certa. E foi.
Depois de onde jogo terrível em Vila do Conde, onde deveremos ter gasto o plafond de "sorte" para os próximos 10 anos, não estava nada à espera de empatar o jogo com o Braga. Ainda por cima um empate a lembrar um outro ocorrido há cerca de um ano, também em casa, frente ao Tondela, com a derrota a ser evitada mesmo ao cair do pano.
O jogo até prometia outra coisa diferente, tal foi a facilidade como na segunda parte nos íamos aproximando a área bracarense. A primeira parte, menos inspirada, foi rasgadinha, tendo as melhores oportunidades sido nossas. Após um jogo europeu, ainda por cima com algumas baixas importantes, não estava à espera de uma grande exibição do Sporting, mas estávamos a jogar o suficiente para merecermos o golo, que acabou por aparecer aos 66 minutos. O Braga, até então na segunda parte, tinha-se limitado a defender e a dar cacetada, salvo um único lance onde até acabou por marcar um golo mal anulado. A equipa bracarense vinha de um jogo europeu disputado três dias antes, pelo que não acreditava que ainda viesse a ter força para conseguir empurrar-nos nos minutos finais da partida... como acabou por empurrar.
Eu sei que uma partida de futebol tem 90 minutos, logo não estaria a ser justo se disser que o Braga mereceu ganhar pelo que fez nos últimos 20/25 minutos. Mas uma equipa, como a nossa, que entrega o jogo ao adversário como entregámos nessa fase crucial da partida, também não o merece ganhar. E diga-se, sem qualquer complexo, que não perdemos também por fruto de decisões erradas da arbitragem que nos beneficiaram, pois além do golo mal anulado, o penalti a nosso favor é precedido de falta clara de Doumbia. 
Mas aqueles últimos vinte e tal minutos é que foram o diabo. Muitos dirão que é fatal como o destino, não fosse isto o Sporting, quebrarmos no final dos jogos e transformarmos jogos controlados em derrotas quase certas. Pensava que este ano seria diferente, face à injecção de qualidade e experiência que o plantel levou. Voltámos a ver esse filme nos dois jogos contra a Juventus, e íamos vendo-o de novo na Grécia e em casa contra o Estoril. Mas que raio, Juventus é a Juventus e a competição é a Liga dos Campeões. Na Grécia e contra o Estoril íamos soçobrando à beira do fim, mas aguentámos e no final conta é o resultado. Ontem, diante um equipa que, repito, jogara numa competição europeia 3 dias antes, portanto com menos 2 dias de descanso que nós, não podíamos ter permitido a quebra física e mental na recta final. 
Dir-me-ão que tal se ficou a dever às lesões antes do jogo e daquelas que fatalmente nos surgiram ontem. Aceito o argumento, mas não chega. De que vale a pena ter Doumbia quando JJ prefere ter Bas Dost completamente estourado a arrastar-se na parte final dos jogos? De que vale termos Iuri Medeiros no plantel quando Acuña, que não pára há mais de um ano, continua a ser usado sistematicamente em todos os jogos, também em claro esforço? Porque é que temos Petrovic ou Palhinha no banco se quando a equipa quebra a meio-campo, o treinador está 15 minutos para a reforçar (ia meter Petrovic quando o Braga faz o empate)? De que serve termos Matheus Oliveira no banco, para nunca ser utilizado, e do outro lado o Fábio Martins entra e mexe de imediato com a dinâmica de uma equipa até então amorfa? E Alan Ruiz, para que serve mesmo? E voltando à lesão de Acuña, quando vale a aposta como o seu substituto será... Bruno César? De que vale a pena termos sequer "opções" quando temos sempre Bruno César?
Não adianta ter jogadores experientes ou de qualidade no plantel se o treinador se limita a utilizar apenas 12 ou 13 desses jogadores até à exaustão. Ristovski já podia ter sido utilizado há mais jogos, prevenindo uma lesão a Piscinni. André Pinto e Doumbia a mesma coisa. Gelson Martins e Bruno Fernandes já demonstram demasiada fadiga para esta fase da temporada (estamos em Novembro!!!). Será preciso pagar a clausula milionária de Pity Martinez para termos, finalmente, rotatividade na equipa?
Durante estes dois anos fui defensor do nosso actual treinador, pois considerei que a sua chegarda trouxe um upgrade à nossa equipa profissional de futebol. Mas pelo ordenado principesco que recebe, nesta altura esperava mais, muito mais. Vejo o Sporting acumular erros atrás de erros que na maior parte dos casos se devem à teimosia e casmurrice de Jorge Jesus. Tive esperança que o plantel equilibrado que construímos esta época pudesse tornar as coisas diferentes dos últimos dois anos mas, aqui chegados, concluo que não. 
O campeonato não está perdido, longe disso, mas a duas jornadas dos nossos rivais jogarem entre si, era muito importante não cedermos pontos, ainda por cima num jogo em casa. Não quero chegar a Maio e chorar pela perda destes dois pontos, como o fiz há duas épocas. Estou farto de entregar estes pontinhos de bandeja.

1 comentário:

  1. E OS DOIS PENALTIS CONTRA O BRAGA , EXPULSÃO DO RAUL SILVA , ENE FALTAS DO ESGAIO SEM AMARELO ?

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